quarta-feira, 9 de junho de 2010

Estudo dirigido para Ap2 de Português na Educação

Estudo dirigido para Ap2 de Português na Educação
(O material descrito abaixo foi elaborado com base no estudo dos módulos 1,2 e 3 de Português na Educação).


Capello, Cláudia. Língua Portuguesa na Educação. / Cláudia Capello, Flavia Lopes Lobão, Ligia Martha Coimbra da Costa Coelho. - Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2010.


Língua / Poder: Por poder se deve entender a capacidade, aplicada às classes sociais, de uma, ou de determinadas classes sociais em conquistar seus interesses específicos. [...] A capacidade de uma classe em realizar seus interesses está em oposição à capacidade (e interesses) de outras classes: o campo do poder é portanto estritamente relacional. (POULANTZAS, 1985, p. 168).Dessa forma, percebemos que a língua constitui-se, ainda, como o domínio do homem pelo homem. Em outras palavras, esse ato lingüístico, em seu uso é, também, poder. A língua pode ser definida como umas manifestação da linguagem, constitui uma forma de comunicação verbal que se realiza a partir da utilização do conjunto de signos e normas vigentes e comuns aos falantes que dela lançam mão. A comunicação plena não se restringe a essa troca de signos verbais. È necessário que emissor (falante) e receptor (ouvinte, interlocutor) estabeleçam uma relação de entendimento do que esta sendo dito, é preciso construir sentidos. o emissor estaria exercendo algumas das definições de poder. O emissor torna-se detentor de uma autoridade somente conferida pela suposta ascendência que ela adquire ao dominar um discurso que o outro não é capaz de contestar.

Língua / Ideologia: A língua, enquanto sistema normatizado e pertencente a uma classe, é ensinada na escola. O "aprender a ler e a escrever" – tão citado pelo povo quando perguntado sobre por que freqüenta essa instituição formal de ensino – possui, assim, características ideológicas. Podemos dizer, então, que se entende IDEOLOGIA como falsa consciência, à medida que percebemos as situações, imagens e textos com os olhos da classe dominante, sem nos apercebermos de tal fato. O ensino de língua materna também pode ser visualizado a partir das duas posições acima apontadas: ensino como produto, partindo de conteúdos gramaticais pré-definidos ou como processo a ser construído pelos falantes e escritores dessa língua. A cada uma dessas concepções corresponde uma visão social de mundo – ideológica, apreendendo o produto; utópica,percebendo os processos.

Língua / cidadania: O conceito de cidadania pode ser relacionado devido ações de forma organizada e coletiva, onde os sujeitos trabalhem ativamente para garantir deus direitos e realizar seus deveres. Não devem insistir no ideal da classe dominante, mas sim torna-se sujeito histórico. E é através da língua que se constitui esta cidadania. ser cidadão não é apenas conhecer direitos e exercê-los. É igualmente conhecer deveres, cumpri-los, juntamente com a busca de direitos nem sempre adquiridos. Há direitos que precisam ser conquistados, passo a passo, e para isso a cidadania deve ser participativa. E a "língua nossa de cada dia" é um forte elemento de constituição dessa cidadania. A língua materna, em seu uso constitui-se, também, como elemento de construção da cidadania. Em outras palavras, dependendo de como eu me apresento verbalmente – por meio da linguagem que utilizo – eu me constituo como cidadão.

Língua / Identidade cultural: Se temos a definição de Identidade Cultural como “a unificação e confirmação de traços comuns existentes dentro de uma nação”, nada melhor que a língua materna para confirmar a identidade de um povo. Sendo assim ela não deve constituir como sistema único e homogêneo, ela é transformada de acordo com as necessidade das comunidades fazem seu uso. podemos dizer que a identidade, em termos lingüísticos, não deve abafar a diversidade existente tanto entre os diversos falares regionais e registros quanto dentro de um mesmo falar ou registro. a língua é , também, elemento preponderante na efetivação das diversidades culturais e lingüísticas existentes em uma nação. - uma nação pode possuir diversas línguas.
Variedades linguísticas ( Desvio – erro – agramaticidade): Quanto a noção de erro podemos concluir que há uma relação direta com o processo comunicativo, ou seja, deve ser feita sempre a análise se o que é considerado “erro” compromete o entendimento do enunciado. De maneira geral o erro, dentro dos padrões linguísticos, está intimamente ligado a utilização na norma culta, e tudo o que é atualizado e que foge as regras é assim considerado. Podemos observar que há o erro de caráter extralinguístico, ou seja, é inadequado mas tem aceitabilidade social. Como por exemplo, no caso da redação feita pelo menino no livro citado acima. A professora encontrou muitos “erros” ortográficos mas não considerou que através do texto o menino havia passado a mensagem central de como foi suas férias. Ou seja, os erros encontrados no texto não comprometeram o seu entendimento. Há também o erro que compromete o entendimento do enunciado desviando-se assim do padrão de aceitabilidade social da língua, neste caso estamos nos referindo a agramaticalidade, tornado a comunicação inviável. Concluindo, o educador deve refletir sobre o erro pois ele pode ser considerado uma inadequação da língua. Quando ele não compromete a comunicação, tem aceitação social, mas na maioria das vezes desqualifica o usuário. A prática dos educadores deve focada em trabalhar com as transformações linguísticas e com as várias normas existentes, principalmente a norma padrão.


Ensino Interacionista da Língua: Ensino como processo o professor pode , ao contrário, compromissar-se com uma educação para a emancipação visualizando seu cotidiano de uma relação dialógica, em que a troca discursiva ocorre a todo momento com a turma, está é a concepção sociointeracionista do ensino da língua materna que privilegia a ação discursiva , o texto, no lugar das fragmentadas palavras e frases: que leva em conta os sentidos e significados emprestados , pelos alunos, as expressões, no momento do ato enunciativo que pensa a língua como processo e não como produto.****A língua, como processo, constrói-se na interação.

Ensino Técnico-Instrumental: O ensino da Língua deve propiciar ferramentas para a formação de cidadãos não só alfabetizados, mas principalmente letrados. Neste aspecto a língua deve ser vista por uma ótica técnico-instrumental. Ou seja, é necessário trabalhar os conteúdos da norma culta de forma contextualizada e reflexiva. E para isso o professor deve abordar cada item articulando-o com a fala, com a produção de textos e de sentido de cada um tornando possível a aquisição de instrumental para aumentar as possibilidades de formas de expressão. Podemos observar que quanto a forma em que a norma é trabalhada, na maioria das vezes, os conceitos apresentados aos alunos de forma descontextualizada deixam de lado manifestações dinâmicas da língua. E em muitos casos, as regras gramaticais se contradizem. Como no caso dos verbos, o ensino através da conhecida “conjugação” tem nos mostrado a ineficácia deste método, pois os alunos continuam sem saber como utilizá-los.

Aluno-leitor: para a formação do educando como leitor é necessário não só a aprendizagem da leitura como decodificação de símbolos gráficos, mas sim como uma forma de ver o mundo. E esta leitura não está voltada somente para textos escritos, ela envolve todas as diversidades, como textos ilustrados, textos verbais, informais, ou seja, todo um universo comunicativo. O aluno como leitor também diz respeito ao processo de interpretação que este deve iniciar, não é apenas ler, deve-se criar oportunidades para que o aluno entenda o que o texto quer informar. Nesta interação, leitor e autor devem dialogar para existir a comunicação.

Aluno-autor: o aluno como autor envolve todo o universo de criação, e para escrever é necessário a seleção de palavras, construção de hipóteses e envolvimento em certos contextos. Para a formação de alunos-autores é necessário criar primeiramente o gosto pela escrita, possibilitando um leque de possibilidades linguísticas e semânticas em que o professor é peça fundamental. Sua prática deverá estar voltada para a criação de possibilidades de contextualização, criatividade, leitura de pré-textos, intertextualidade, intencionalidade e tomada de posição.
Redação / Texto: Quanto a produção de texto e a elaboração de uma redação podemos dizer que produzir um texto requer a interlocução entre autor e leitor, em que há diálogo em relação ao que está escrito e a construção de sentido por meio da linguagem. Neste caso há a possibilidade de criação de textos críticos e criativos que não se prendem a norma padrão. A produção de texto esta intimamente ligada a escrita como objeto social. *Já em relação a redação podemos dizer que ela estaria ligada a prática escolar, propriamente um texto para ser avaliado que deve seguir determinadas regras e padrões da norma culta. Neste caso a criatividade, na maioria das vezes, fica limitada pois os alunos sentem-se pressionados a escrever não para serem avaliados quanto ao contexto de suas ideias mas sim quanto aos possíveis erros cometidos.


Aspectos sociolinguísticas do trabalho com a língua nas series iniciais do ensino fundamental: características dos aspectos linguísticos presentes no trabalho com a língua nas séries iniciais do ensino fundamental, como por exemplo, a questão do falar e escrever que envolve a correção, a adequação e a situação em que o enunciado acontece.Podemos observar também a questão do erro que pode ser de caráter ortográfico (geralmente não compromete o entendimento da mensagem). Há também a questão de tradição do uso (que legitima certos usos devido o emprego frequente), a hipercorreção (erra-se ao abandonar o termo correto) e o uso impróprio das palavras (palavras parecidas foneticamente confundem-se em relação ao seu significado). Dentre as características sociolinguísticas temos o regionalismo que interfere diretamente no ensino da língua devido as diversidades de cada região do país, estado, município pois possuem vocabulários específicos. Também há a diversidade linguística que envolve questões culturais e palavras modificadas ou que desaparecem com o tempo. A língua também varia quanto ao gênero, a faixa etária, categoria de profissionais, classes sociais, entre outras variações. Concluindo os aspectos sociolinguísticos precisam entrar em sala de aula de forma contextualizada para que os alunos aprofundem o conhecimento dos sentidos e ampliem o entendimento dos contextos em que são produzidos.

Aspectos da Linguística textual presentes no trabalho com a língua nas séries iniciais do ensino fundamental: deve-se considerar como de fundamental importância o trabalho com os aspectos de coesão e coerência dos textos. A coerência está ligada ao estabelecimento de sentido do texto que depende da interação entre os usuários. Para o estabelecimento da coerência é necessário os elementos linguísticos, o conhecimento do mundo, o conhecimento partilhado, as inferências e a contextualização. Já a coesão diz respeito as relações de sentido que existem no interior de um texto, seja ele oral ou escrito, havendo uma dependência estabelecida pelo sistema léxico-gramatical. Quanto aos mecanismos coesivos temos a referência, a substituição, a elipse, a conjunção e a coesão lexical. Entende-se que os aspectos de coesão e coerência citados acima são necessários para a elaboração de um texto bem estruturado, mas também são necessárias outras práticas como revisão textual e pontuação.

Todos os itens citados devem estar presentes na prática pedagógica dos educadores, através da criação de atividades que levem os alunos a refletirem sobre a organização discursiva dos diferentes textos para criar mecanismos para a produção de seus próprios textos. Deve-se dar ênfase para um trabalho que possibilite a formação de alunos leitores e autores e não apenas meros receptores de conteúdos gramaticais.

5 comentários:

  1. Oi pessoal,

    Estava pesquisando na net e achei este blog, MUUUUUUIIIITO BOM!!!!

    Bjao

    Marta

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  2. Esse Blog é de uma utilidade impar.
    Parabéns
    Peço autorização para citá-lo em meu Blog

    Saudações pedagógicas
    Carlos Lopes
    Bacharel de Direito
    Escritor, Dramaturgo e Orientador Teatral
    Graduando em Pedagogia

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  3. Adorei esse blog. Tbm sou aluna do Curso de Pedagogia - UniRio - Cederj" Parabens pela iniciativa! Sucesso!! bjin" Tay

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  4. Desde o primeiro período faço uso desse ambiente como mais um apoio a minha aprendizagem. Você está de parabéns pelo Blog!
    Abraços!!!

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  5. Parabéns pela sua iniciativa,seu blog é muito bom!

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