Estudo dirigido para Ap2 de Português na Educação
(O material descrito abaixo foi elaborado com base no estudo dos módulos 1,2 e 3 de Português na Educação).
Capello, Cláudia.
Língua Portuguesa na Educação. / Cláudia Capello, Flavia
Lopes Lobão, Ligia Martha Coimbra da Costa Coelho. - Rio de
Janeiro: Fundação CECIERJ, 2010.
Língua / Poder: Por poder se deve entender a capacidade, aplicada às classes sociais, de uma, ou de determinadas classes sociais em conquistar seus interesses específicos. [...] A capacidade de uma classe em realizar seus interesses está em oposição à capacidade (e interesses) de outras classes: o campo do poder é portanto estritamente relacional. (POULANTZAS, 1985, p. 168).Dessa forma, percebemos que a língua constitui-se, ainda, como o domínio do homem pelo homem. Em outras palavras, esse ato lingüístico, em seu uso é, também, poder. A língua pode ser definida como umas manifestação da linguagem, constitui uma forma de comunicação verbal que se realiza a partir da utilização do conjunto de signos e normas vigentes e comuns aos falantes que dela lançam mão. A comunicação plena não se restringe a essa troca de signos verbais. È necessário que emissor (falante) e receptor (ouvinte, interlocutor) estabeleçam uma relação de entendimento do que esta sendo dito, é preciso construir sentidos. o emissor estaria exercendo algumas das definições de poder. O emissor torna-se detentor de uma autoridade somente conferida pela suposta ascendência que ela adquire ao dominar um discurso que o outro não é capaz de contestar.
Língua / Ideologia: A língua, enquanto sistema normatizado e pertencente a uma classe, é ensinada na escola. O "aprender a ler e a escrever" – tão citado pelo povo quando perguntado sobre por que freqüenta essa instituição formal de ensino – possui, assim, características ideológicas. Podemos dizer, então, que se entende IDEOLOGIA como falsa consciência, à medida que percebemos as situações, imagens e textos com os olhos da classe dominante, sem nos apercebermos de tal fato. O ensino de língua materna também pode ser visualizado a partir das duas posições acima apontadas: ensino como produto, partindo de conteúdos gramaticais pré-definidos ou como processo a ser construído pelos falantes e escritores dessa língua. A cada uma dessas concepções corresponde uma visão social de mundo – ideológica, apreendendo o produto; utópica,percebendo os processos.
Língua / cidadania: O conceito de cidadania pode ser relacionado devido ações de forma organizada e coletiva, onde os sujeitos trabalhem ativamente para garantir deus direitos e realizar seus deveres. Não devem insistir no ideal da classe dominante, mas sim torna-se sujeito histórico. E é através da língua que se constitui esta cidadania. ser cidadão não é apenas conhecer direitos e exercê-los. É igualmente conhecer deveres, cumpri-los, juntamente com a busca de direitos nem sempre adquiridos. Há direitos que precisam ser conquistados, passo a passo, e para isso a cidadania deve ser participativa. E a "língua nossa de cada dia" é um forte elemento de constituição dessa cidadania. A língua materna, em seu uso constitui-se, também, como elemento de construção da cidadania. Em outras palavras, dependendo de como eu me apresento verbalmente – por meio da linguagem que utilizo – eu me constituo como cidadão.
Língua / Identidade cultural: Se temos a definição de Identidade Cultural como “a unificação e confirmação de traços comuns existentes dentro de uma nação”, nada melhor que a língua materna para confirmar a identidade de um povo. Sendo assim ela não deve constituir como sistema único e homogêneo, ela é transformada de acordo com as necessidade das comunidades fazem seu uso. podemos dizer que a identidade, em termos lingüísticos, não deve abafar a diversidade existente tanto entre os diversos falares regionais e registros quanto dentro de um mesmo falar ou registro. a língua é , também, elemento preponderante na efetivação das diversidades culturais e lingüísticas existentes em uma nação. - uma nação pode possuir diversas línguas.
Variedades linguísticas ( Desvio – erro – agramaticidade): Quanto a noção de erro podemos concluir que há uma relação direta com o processo comunicativo, ou seja, deve ser feita sempre a análise se o que é considerado “erro” compromete o entendimento do enunciado. De maneira geral o erro, dentro dos padrões linguísticos, está intimamente ligado a utilização na norma culta, e tudo o que é atualizado e que foge as regras é assim considerado. Podemos observar que há o erro de caráter extralinguístico, ou seja, é inadequado mas tem aceitabilidade social. Como por exemplo, no caso da redação feita pelo menino no livro citado acima. A professora encontrou muitos “erros” ortográficos mas não considerou que através do texto o menino havia passado a mensagem central de como foi suas férias. Ou seja, os erros encontrados no texto não comprometeram o seu entendimento. Há também o erro que compromete o entendimento do enunciado desviando-se assim do padrão de aceitabilidade social da língua, neste caso estamos nos referindo a agramaticalidade, tornado a comunicação inviável. Concluindo, o educador deve refletir sobre o erro pois ele pode ser considerado uma inadequação da língua. Quando ele não compromete a comunicação, tem aceitação social, mas na maioria das vezes desqualifica o usuário. A prática dos educadores deve focada em trabalhar com as transformações linguísticas e com as várias normas existentes, principalmente a norma padrão.
Ensino Interacionista da Língua: Ensino como processo o professor pode , ao contrário, compromissar-se com uma educação para a emancipação visualizando seu cotidiano de uma relação dialógica, em que a troca discursiva ocorre a todo momento com a turma, está é a concepção sociointeracionista do ensino da língua materna que privilegia a ação discursiva , o texto, no lugar das fragmentadas palavras e frases: que leva em conta os sentidos e significados emprestados , pelos alunos, as expressões, no momento do ato enunciativo que pensa a língua como processo e não como produto.****A língua, como processo, constrói-se na interação.
Ensino Técnico-Instrumental: O ensino da Língua deve propiciar ferramentas para a formação de cidadãos não só alfabetizados, mas principalmente letrados. Neste aspecto a língua deve ser vista por uma ótica técnico-instrumental. Ou seja, é necessário trabalhar os conteúdos da norma culta de forma contextualizada e reflexiva. E para isso o professor deve abordar cada item articulando-o com a fala, com a produção de textos e de sentido de cada um tornando possível a aquisição de instrumental para aumentar as possibilidades de formas de expressão. Podemos observar que quanto a forma em que a norma é trabalhada, na maioria das vezes, os conceitos apresentados aos alunos de forma descontextualizada deixam de lado manifestações dinâmicas da língua. E em muitos casos, as regras gramaticais se contradizem. Como no caso dos verbos, o ensino através da conhecida “conjugação” tem nos mostrado a ineficácia deste método, pois os alunos continuam sem saber como utilizá-los.
Aluno-leitor: para a formação do educando como leitor é necessário não só a aprendizagem da leitura como decodificação de símbolos gráficos, mas sim como uma forma de ver o mundo. E esta leitura não está voltada somente para textos escritos, ela envolve todas as diversidades, como textos ilustrados, textos verbais, informais, ou seja, todo um universo comunicativo. O aluno como leitor também diz respeito ao processo de interpretação que este deve iniciar, não é apenas ler, deve-se criar oportunidades para que o aluno entenda o que o texto quer informar. Nesta interação, leitor e autor devem dialogar para existir a comunicação.
Aluno-autor: o aluno como autor envolve todo o universo de criação, e para escrever é necessário a seleção de palavras, construção de hipóteses e envolvimento em certos contextos. Para a formação de alunos-autores é necessário criar primeiramente o gosto pela escrita, possibilitando um leque de possibilidades linguísticas e semânticas em que o professor é peça fundamental. Sua prática deverá estar voltada para a criação de possibilidades de contextualização, criatividade, leitura de pré-textos, intertextualidade, intencionalidade e tomada de posição.
Redação / Texto: Quanto a produção de texto e a elaboração de uma redação podemos dizer que produzir um texto requer a interlocução entre autor e leitor, em que há diálogo em relação ao que está escrito e a construção de sentido por meio da linguagem. Neste caso há a possibilidade de criação de textos críticos e criativos que não se prendem a norma padrão. A produção de texto esta intimamente ligada a escrita como objeto social. *Já em relação a redação podemos dizer que ela estaria ligada a prática escolar, propriamente um texto para ser avaliado que deve seguir determinadas regras e padrões da norma culta. Neste caso a criatividade, na maioria das vezes, fica limitada pois os alunos sentem-se pressionados a escrever não para serem avaliados quanto ao contexto de suas ideias mas sim quanto aos possíveis erros cometidos.
Aspectos sociolinguísticas do trabalho com a língua nas series iniciais do ensino fundamental: características dos aspectos linguísticos presentes no trabalho com a língua nas séries iniciais do ensino fundamental, como por exemplo, a questão do falar e escrever que envolve a correção, a adequação e a situação em que o enunciado acontece.Podemos observar também a questão do erro que pode ser de caráter ortográfico (geralmente não compromete o entendimento da mensagem). Há também a questão de tradição do uso (que legitima certos usos devido o emprego frequente), a hipercorreção (erra-se ao abandonar o termo correto) e o uso impróprio das palavras (palavras parecidas foneticamente confundem-se em relação ao seu significado). Dentre as características sociolinguísticas temos o regionalismo que interfere diretamente no ensino da língua devido as diversidades de cada região do país, estado, município pois possuem vocabulários específicos. Também há a diversidade linguística que envolve questões culturais e palavras modificadas ou que desaparecem com o tempo. A língua também varia quanto ao gênero, a faixa etária, categoria de profissionais, classes sociais, entre outras variações. Concluindo os aspectos sociolinguísticos precisam entrar em sala de aula de forma contextualizada para que os alunos aprofundem o conhecimento dos sentidos e ampliem o entendimento dos contextos em que são produzidos.
Aspectos da Linguística textual presentes no trabalho com a língua nas séries iniciais do ensino fundamental: deve-se considerar como de fundamental importância o trabalho com os aspectos de coesão e coerência dos textos. A coerência está ligada ao estabelecimento de sentido do texto que depende da interação entre os usuários. Para o estabelecimento da coerência é necessário os elementos linguísticos, o conhecimento do mundo, o conhecimento partilhado, as inferências e a contextualização. Já a coesão diz respeito as relações de sentido que existem no interior de um texto, seja ele oral ou escrito, havendo uma dependência estabelecida pelo sistema léxico-gramatical. Quanto aos mecanismos coesivos temos a referência, a substituição, a elipse, a conjunção e a coesão lexical. Entende-se que os aspectos de coesão e coerência citados acima são necessários para a elaboração de um texto bem estruturado, mas também são necessárias outras práticas como revisão textual e pontuação.
Todos os itens citados devem estar presentes na prática pedagógica dos educadores, através da criação de atividades que levem os alunos a refletirem sobre a organização discursiva dos diferentes textos para criar mecanismos para a produção de seus próprios textos. Deve-se dar ênfase para um trabalho que possibilite a formação de alunos leitores e autores e não apenas meros receptores de conteúdos gramaticais.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
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Oi pessoal,
ResponderExcluirEstava pesquisando na net e achei este blog, MUUUUUUIIIITO BOM!!!!
Bjao
Marta
Esse Blog é de uma utilidade impar.
ResponderExcluirParabéns
Peço autorização para citá-lo em meu Blog
Saudações pedagógicas
Carlos Lopes
Bacharel de Direito
Escritor, Dramaturgo e Orientador Teatral
Graduando em Pedagogia
Adorei esse blog. Tbm sou aluna do Curso de Pedagogia - UniRio - Cederj" Parabens pela iniciativa! Sucesso!! bjin" Tay
ResponderExcluirDesde o primeiro período faço uso desse ambiente como mais um apoio a minha aprendizagem. Você está de parabéns pelo Blog!
ResponderExcluirAbraços!!!
Parabéns pela sua iniciativa,seu blog é muito bom!
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