sexta-feira, 4 de junho de 2010

Resumo de Ed. Infantil - Aulas 9 a 15.

Resumo de Educação Infantil 2 – Aulas 9 a 15.


Aula 9 – O que é infantil nos programas infantis.
Resumo do texto de Rita Marisa Ribes Pereira.

a produção televisiva, por natureza, coletiva, a produção de programas infantis, particularmente, mobiliza um grande número de profissionais da área técnica e profissionais da Educação, da Psicologia, enfim, de diferentes campos da ciência. Com isto, coloca-se em jogo, também, o que esses campos do saber instituído postulam ou mesmo normatizam sobre o universo infantil e sobre o modo como incluem (ou não) as crianças em seus procedimentos de construção teórica.

os brinquedos ou como os livros infantis, a programação televisiva voltada para as crianças expressa o projeto educativo de uma geração ou de um grupo, neste caso, marcado por todas as características que envolvem a época em que a televisão surge, se expande como tecnologia e se torna uma linguagem onipresente, inclusive entre as crianças.

Muitas mudanças qualitativas aconteceram na relação entre a criança e a televisão, dentre as quais algumas se destacam. No que se refere ao lugar social de espectador ocupado pela criança, uma primeira deu-se ainda nos anos 50, no momento em que a criança deixou de ser apenas espectador e passou a ser também protagonista dos programas exibidos.

a criança assume um novo status, com significativos desdobramentos na ordem familiar, onde ganha novas prerrogativas de autoridade, e junto ao mercado, onde tanto é reconhecida como consumidora.

vale destacar que uma terceira mudança significativa no que diz respeito ao lugar social da criança como espectadora está ligada ao surgimento de emissoras de televisão especificamente dedicadas ao público infantil.

a criança deixa de ser tratada como simples espectadora e passa a ser vista na sua condição potencial de produtora.

Aula 10 – O prazer da leitura se ensina.
Texto de Adriana Maricato - Brasília/DF

Ela aprende observando o gesto de leitura dos outros – pro­fessores, pais ou outras crianças. O processo de aprendizado co­meça com a percepção da exis­tência de coisas que servem para ser lidas e de sinais gráficos.

Na escola, a criança deve ser rodeada de livros e materiais em espaços de leitura, seja biblioteca, sala ou um canti­nho dentro da sala de aula. Para Magda, “o papel da professora é intermediar o contato do aluno com a escrita e a leitura, colocar o livro disponível e orientá-la no seu uso, no convívio com o material escrito”.

Os alunos precisam ter contato com textos impressos não literários que têm diferentes funções e objetivos. Revistas in­fantis, em quadrinhos, propagan­da, embalagens, receitas, bulas de remédio, certidão de nasci­mento também devem ser objetos de experi­mentação. “Revistas e jornais, a princípio para adultos, têm muita ilus­tração, muito texto, a criança gosta de mani­pular e até de recriar”, diz ela, “recortando figuras, letras, palavras”. Familiarizada com a diversidade de textos que existem – suportes diferentes (cartaz, livro, jornal, re­vista, etc.), variedade de formato e tamanho de letras, composição gráfica, disposição da ima­gem em relação ao texto –, a criança deduz o funciona­mento da es­crita. “Mesmo antes de ler e escrever de for­ma autônoma, ela des­cobre coisas sobre o código jus­tamente em contato com esses tipos diversos de materiais”.

os professores faci­litadores procuram construir pau­latinamente o entrosamento dos pequenos com o universo da lei­tura. Tudo a seu tempo, claro. “A idéia não é alfabetizar as crianças, mas respeitar os repertórios que trazem de casa e estimular a von­tade de ler e decifrar conteúdos”

Aula 11 – Música e ed. Infantil: Mas as crianças gostam! Ou, sobre gostos e repertórios musicais.

Resumo do texto:
OSTETTO, Luciana Esmeralda. “Mas as crianças gostam!” Ou sobre gostos e repertórios musicais. In: OSTETTO, Luciana Esmeralda; LEITE, Maria Isabel. (Orgs.) Arte, Infância e Formação de Professores: autoria e transgressão. Campinas: Papirus, 2004. p. 41-60.

ao falar de gostos e repertórios musicais explicita, de alguma forma, perguntas, preocupações e intrigas em torno da formação artístico-cultural dos professores que atuam na educação infantil - meu interesse de pesquisa. É preciso assinalar que os aspectos abordados neste ensaio foram provocados e alimentados pelo contato, recente, com textos e temas da antropologia, perpassando e envolvendo as noções de culturas, alteridade, práticas interculturais, histórias de vida.

A massificação de “produtos culturais” é um dado inegável desta sociedade, em que os produtos colocados à venda seguem o “gosto do mercado”, mais que o “gosto popular”. Na verdade o povo, transformado em massa, é também o mercado onde serão divulgados e vendidos esses artigos, como por exemplo, os produtos da indústria do disco. E aqui há uma distinção interessante a fazer: as músicas, neste contexto, deixam de ser obras para transformarem-se em produtos. A obra, dizia um amigo meu, citando Lefebvre, vem da arte e o produto vem da indústria. Aquela, elaborada pelo artista, tem marca pessoal; esse, elaborado pelos profissionais da indústria, tem as marcas do gosto do mercado.

Vivemos um tempo em que a música, como produto cultural, vai deixando de “... reger-se pelas leis da criação artística, para reger-se apenas pelas leis do mercado, [e] acabará por eliminar a figura do próprio artista-criador”.

Parece-me que vivemos um tempo em que vale mais a aparência, o cenário, a coreografia sugerida, do que propriamente a música, transformada quase em um detalhe.Só que essa gigantesca diversidade de produção cultural não penetra na indústria cultural. Essa indústria é de mão única e gosta de simplificar alguns poucos modelitos, para produzir depressa, conquistar mercado e descartar logo para fazer outro produto semelhante na mesma velocidade.

é preciso assinalar que não existe a criança (nem o gosto) universal: são grupos diversos de crianças, meninos e meninas, de tal ou qual idade, procedente desta ou daquela região, pertencente a este ou àquele grupo familiar que freqüentam aquelas instituições. São diferentes histórias que se encontram e, é de se supor, diferentes preferências, gostos diversos. Por que as instituições educativas ainda insistem em negar estas histórias e, ao mesmo tempo, aceitar como único e universal o repertório, aqui musical, advindo da indústria do disco, acatando a última moda, o sucesso recente? É que, no jogo de “qual é a música?”, está envolvido não apenas o universo cultural das crianças, com seus gostos e desgostos, mas o dos adultos igualmente. Neste caso, aquelas músicas não seriam também do gosto do professor.

Se tomarmos por referência um processo educativo em que o direito a infância e à educação infantil de qualidade estejam pautados como base e horizonte de toda ação pedagógica, diremos que respeitar é acima de tudo comprometer-se com as crianças, por inteiro. Pensar o gosto e repertório das crianças é problematizar o gosto e repertório dos adultos. É possibilitar a coexistência dos mais variados tipos de música, de modo a provocar o encontro e o debate de significados e sentidos – do estranhamento às entranhas do novo. Essencial, para além da negação ou imposição de padrões, é possibilitar a ampliação do repertório cultural.

Na trilha do espanto e do inconformismo, dos repertórios e gostos musicais, uma certeza: se a Educação Infantil (inclua-se, também, a formação de seus professores) ficar limitada ao já conhecido, se apenas der espaço para “o gosto do mercado” sem questioná-lo, se negar os repertórios trazidos pelas crianças, se não promover a abertura de novos canais de fruição e expressão para adultos e crianças, tudo permanecerá no mesmo lugar. Reivindiquemos, pois, todo o poder à imaginação!

Aula 12 – Instituições de ed. Infantil: critérios para um atendimento em creches que respeite os direitos fundamentais da criança.

Resumo do texto:
Critérios para um atendimento em creches que respeite os direitos fundamentais das crianças / Maria Malta Campos e Fúlvia Rosemberg. – 6.ed. Brasília : MEC, SEB, 2009



A creche que respeita a criança: Respeita o direito a brincadeira; a atenção individual; a um ambiente aconchegante, seguro e estimulante; ao contato direto com a natureza; a higiene e a saúde; a uma alimentação sadia; a desenvolver sua curiosidade, imaginação e capacidade de expressão; ao movimento em espaços amplos; a proteção, ao afeto e a amizade; a expressar seus sentimentos; a uma especial atenção durante seu período de adaptação a creche; a desenvolver sua identidade cultural, racial e religiosa.

A política de creche respeita a criança: A política de creche respeita os direitos fundamentais da criança; está comprometida com o bem estar e o desenvolvimento da criança; reconhece que as crianças têm direito a um ambiente aconchegante, seguro e estimulante; reconhece que as criança têm direito a higiene e a saúde; reconhece que as crianças tem direito a uma alimentação saudável; reconhece que as crianças tem direito a brincadeira; reconhece que as crianças tem direito a ampliar seus conhecimentos; reconhece que as crianças tem direito ao contato com a natureza.

Aula 13 – As manifestações infantis e as práticas pedagógicas.

Resumo a partir do Texto de Daniela Guimarães.

a criança como sujeito social, com idéias e movimentos que contribuem na organização da vida coletiva, participante de relacionamentos de troca com adultos e outras crianças.


É a partir do reconhecimento das idéias, brincadeiras, interesses, medos e alegrias de cada criança que se constituem sua autonomia, auto-estima e autoconfiança.

Ou seja, é importante que o planejamento das práticas possa nascer da observação das manifestações infantis.

Na reflexão sobre as rotinas na Educação Infantil, é importante considerar a íntima relação entre situações fechadas, que se repetem, e organizam o ritmo de um dia; e as possibilidades de abertura, ou seja, consideração de situações que provocam alteração.

Tanto a fala, como o movimento, a brincadeira, a construção, a modelagem são formas de interlocução da criança com o mundo no qual ela está mergulhada, nas quais ela constrói sentidos próprios para a realidade.

A criança constitui-se na interação com o outro. Juntamente com Vygotsky (1989), podemos afirmar que as construções culturais (posturas, palavras, símbolos, etc) próprias de seu universo social são internalizadas pela criança em sua interação com esse universo e recriadas em suas ações e expressões diversas.

Aula 14 – Elaboração e organização de instrumentos de acompanhamento e avaliação da aprendizagem e desenvolvimento das crianças.

A avaliação é um ato que sugere movimento, reflexão e transformação. Contribui para o crescimento da criança e para o trabalho do professor, precisa ser mediadora, acolhedora, é ela que vai nos ajudar a acompanhar a criança em todos os momentos vividos na Ed. Infantil, contribuindo com seu avanço na ampliação de seu conhecimento de si e do mundo.

A avaliação é uma forma de conhecer/investigar o movimento das crianças e, a partir dessa nossa investigação, pensar formas de intervenção que possam favorecer o desenvolvimento infantil, a ampliação de seus conhecimentos, seu crescimento de um modo geral.

Um aspecto significativo da prática avaliativa é o registro (escrito, fotográfico, ou outro). Registrar o vivido pela criança permite que acompanhemos suas conquistas e avanços. É importante termos em vista que não podemos nos basear apenas na nossa memória, ela é muitas vezes falha. Se não registramos nossas experiências corremos o risco de esquecer detalhes preciosos do vivido! Além disto o registro nos permite refletir com maior profundidade.

A escrita, registro mais comumente utilizado na escola, é um excelente recurso de ampliação da reflexão. Não devemos escrever 'para prestar contas” para pais ou instituição. Nossos escritos servem antes de tudo para organizar, sistematizar nossas observações sobre as crianças, ampliar nossa reflexão sobre o grupo e o trabalho. É claro que, para os pais, os relatórios das crianças – registros usuais na escola – são excelentes instrumentos para que ele conheça mais sobre seu filho e sobre o trabalho que estamos desenvolvendo, mas isso não quer dizer que escrevemos para mostrar o quanto fizemos nem para indicar o que a criança não sabe ou sabe.

Registrar por escrito nossas experiências e as observações sobre as crianças permite que possamos refletir sobre a nossa prática, revendo nossos atos, organizando ideias e experiências, mapeando as dúvidas, relacionando o que vivemos com as teorias. O registro é uma forma de retratar a história vivida, de deixar marcas. É um instrumento que favorece a reflexão e o aprimoramento do professor.

Os registros das atividades diárias têm. Portanto, a função de permitir ao professor rever sua prática, buscando caminhos para aprimorá-la.

Avaliar é abrir uma janela para compreender mais profundamente nossas crianças e a nós mesmos. É importante destacar que a avaliação se norteia pelas concepções de criança e de educação do professor, isso nos aponta para o necessário investimento na formação docente.

Aula 15 – Reinventando relações entre seres humanos e natureza nos espaços de educação infantil.

Como aprendizagem e auto-constituição não são processos separados, é fundamental que aqui elas vivenciem experiências positivas, pois, se a vida transcorre no cotidiano das instituições, é aí que ela se afirma como potência ou impotência, de corpo e de espírito.

5 pontos algumas ideias voltadas para uma educação que esteja voltada para a formação de pessoas íntegras, solidárias e comprometidas com a manutenção da vida em nosso planeta: *Religando os seres humanos com a natureza, desconstruindo a cultura antropocêntrica (hoje o desafio é educar na perspectiva de uma nova sociedade sustentável, É preciso que elas aprendam a conservá-lo e a preservá-lo. Isto implica em rever as concepções de mundo e de conhecimento que orientam as propostas curriculares, Se queremos formar pessoas que respeitem a natureza, desfrutar da vida ao ar livre não pode ser uma opção de cada professora ou escola, mas um direito das crianças e, portanto, um imperativo pedagógico. Desde a creche e a pré-escola precisamos, portanto, realizar uma aproximação física, estabelecendo relações cotidianas como sol, com a água, com a terra, fazendo com que sejam elementos sempre presentes, constituindo-os como chão, como pano de fundo ou como matéria prima para a maior parte das atividades).*Aconchegando o corpo na escola (Nosso corpo é a expressão desta identidade, é a prova da nossa condição animal, algo que nos faz iguais a outras espécies que habitam conosco um mesmo eco espaço. Os espaços de educação das crianças de 0 a 6 anos precisam de rotinas que não fragmentem o sentir e o pensar, que estejam atentas às vontades do corpo, que não aprisionem os movimentos. Ao contrário, ajudem as crianças a expressarem ‘a dança de cada um’, isto é, ‘o jeito de ser’, que é, em outros termos, a expressão de nossa psiquê, de nossa alma). *As crianças são seres de natureza e, simultaneamente, seres de cultura (A concepção de criança enquanto ser de cultura está assegurada nas propostas pedagógicas na medida em que estão implícitas duas idéias fundamentais: i) nenhum ser sobrevive com características humanas se não receber cuidados de outros humanos; ii) só entre humanos seremos capazes de aprender a recriar as atitudes, as regras, os valores, enfim, o jeito de ser da espécie e do grupo social de que somos parte. O reconhecimento da diversidade cultural implica no reconhecimento de todos os seres humanos desfrutarem do direito de cidadania, assim como de soberania dos povos e das nações. Na mesma medida, o reconhecimento da biodiversidade implica no respeito ao conjunto de tudo que vive na biosfera, tudo que vive no ar, no solo, no subsolo e no mar). *As Três Ecologias e o Cuidar - Numa educação para sociedades sustentáveis, o cuidar é referência fundamental porque orienta o trabalho em relação à três ecologias (Guattari, 1990) e nos ajuda a valiar:i) “A ecologia pessoal diz respeito às relações de cada um consigo mesmo, às conexões de cada pessoa com o seu próprio corpo, com o inconsciente, com os mistérios da vida e da morte, com suas emoções e sensações corporais, com sua espiritualidade. a qualidade dos espaços/atividades relacionadas ao eu (ecologia pessoal3); ii) a qualidade das interações coletivas, relacionadas ao nós (ecologia social) A ecologia social está relacionada às relações dos seres humanos entre si, as relações geradas na vida em família, entre amigos, na escola, no bairro, na cidade, entre os povos, entre as nações. A ecologia social retrata a qualidade destas relações. iii) e a qualidade das relações com a natureza (ecologia ambiental): A ecologia ambiental diz respeito às relações que os seres humanos estabelecem com a natureza. Reflete as diferenciadas maneiras como os grupos humanos se relacionam com a biodiversidade, de maneira sustentável ou predadora: com o objetivo de satisfazer suas necessidades fundamentais, ou com o objetivo de apropriação-transformação-consumo-descarte. *Desconstruindo as velhas rotinas e inventando outras – Nesta perspectiva, as IEI e seus educadores assumem os desafios de uma educação ambiental que vise: Resgatar tradições culturais; reinventar as relações com o corpo de fortalecimento da integridade de corpo-espírito-razão-emoção; estar atento às concepções e práticas de trabalho que reproduzem o divórcio entre o corpo e mente; pensar um novo modo de funcionamento escolar que, por respeitar ritmos e interesses infantis; ampliar os espaços e os tempos de movimentarem-se livremente; mexer numa rotina de trabalho que supervaloriza os espaços fechados das salas de aula, os materiais industrializados e propiciar às crianças contato cotidiano e íntimo; incorporar à rotina atividades diversificadas; promover encontros festivos que favorecem sentimentos de amizade, companheirismo e solidariedade; questionar e combater as práticas consumistas e a onipresença dos meios de comunicação; transformar as relações e interações com a natureza; e investir na construção coletiva de propostas pedagógicas que visem uma integração mais ampla e possibilitem o desfrute, a admiração e a reverência da natureza.

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