terça-feira, 1 de junho de 2010

Resumo gestão - Aulas 7, 8 e 9.

Resumo de Gestão – Aulas 7, 8 e 9.


Aula 7

RESUMO DO TEXTO:
Autonomia da Escola e Democratização de sua Gestão: novas demandas para o gestor
DE:
Lauro Carlos Wittmann

Reinvenção da autonomia: na evolução sócio-histórica da produção de bens materiais e da base material das relações entre os povos, grupos e pessoas e na evolução teórico-prática da educação. *As novas bases econômico-sociais e a educação - Da posse do escravo, passamos ao confinamento do servo e, depois, à mercadoria da força de trabalho operário. Da educação como privilégio, passamos à educação como ócio e, depois, à educação universal como exigência do capital para sua própria acumulação. A base material da produção, especialmente a evolução industrial, adquiriu nova configuração. Novas tecnologias transformaram a maneira de como as pessoas trabalham e o que elas produzem. A vida social e cultural assumiu uma diversificação maior. Áreas tradicionais de produção industrial estão em declínio e novos caminhos estão em expansão. *A nova base material das relações sociais - O determinante da forma de relação fundada na força é o medo. a riqueza pode potencializar a força, pode comprá-la e pô-la a seu serviço. O determinante da forma de relação fundada na riqueza é a vantagem. A riqueza, mais do que a força, continua determinando as relações, em muitos casos. a riqueza e a força podem ser potencializadas pelo conhecimento. Enquanto a força e a riqueza se esvaem no seu uso, o conhecimento cresce e aumenta, quando usado; multiplica-se quando dividido. O determinante da forma de relação fundada no conhecimento é a compreensão, o sentido. O conhecimento é o próprio objeto do trabalho educativo.

*Evolução teórico-prática da educação - As novas descobertas sobre o aprender e a evolução teórico-prática da educação e de sua administração constituem fundantes histórico-educativos da autonomia da escola e da democratização de sua gestão. a) Aprendência e intersubjetividade - Todas as atividades da escola só fazem sentido quando centradas na (re)construção do conhecimento, na aprendência e na busca. o locus da .aprendência. é o centro do sistema educativo e exige, de outro lado, relações intersubjetivas, co-responsabilidade, compromisso coletivo e compartilhamento. *A autopoiese consiste em processos emancipatórios auto organizativos, em que as pessoas são sujeitos porque assumem sua produção histórica e a construção da história. *A autogestão é o princípio que implica progressiva superação da alteridade determinante. *b) Conhecimento como construção e processo - Na aprendizagem por percepção, acreditava-se que tudo o que se aprendia vinha ao intelecto pelos sentidos. Na aprendizagem por maturação, acreditava-se que o saber era inato, que a pessoa o trazia consigo de berço. A inteligência constitui-se um processo construtivo. A concepção de aprendizagem, com ou sem recursos tecnológicos, é mais decisiva para a universalização e democratização do ensino do que os recursos tecnológicos. Compreendendo conhecimento como produção, processo e construção, o objetivo da prática educativa é trabalhar o conhecimento historicamente acumulado pela humanidade, em confronto/interlocução com o conhecimento dos participantes do processo educativo. *O movimento teórico-prático da administração da educação a) Deslocamento da decisão para o chão da escola e sua realidade imediata Muito mais do que redefinir organogramas e reestruturar órgãos, importa reconstruir o pensar e o fazer da administração da educação, garantindo sua pertinência e consistência com o real. responsáveis pela construção da prática concreta da educação. O envolvimento efetivo dos segmentos da comunidade interna. e, especialmente, da comunidade externa tem se revelado decisivo no desempenho das escolas. Portanto, a escola é a instância apropriada para as decisões na elaboração, execução e avaliação do projeto político-pedagógico, b) Evolução teórico-prática da administração da educação a teoria e a prática da administração têm se debatido entre, de um lado, .re-produzir. um discurso .progressista. distanciado da prática, que permanecia reprodutivo; e, de outro lado, consolidar e ampliar velhos suportes de modernização e racionalidade. A função do pensamento educacional crítico e progressista é o desvelamento concreto do movimento educacional, captando-o como ele é, investigando-o para compreendê-lo na sua complexidade, analisando-o para reconstruí-lo teoricamente e, assim, poder inferir estratégias, diretrizes e pistas de ação para sua construção histórica. As teorias que constituíam a base da formação e da prática da administração escolar eram as teorias gerais de administração. Concebia-se a administração como uma área de conhecimento tout court, com princípios, leis, métodos e técnicas universais, aplicáveis a qualquer setor da atividade humana. *Conclui-se que a realidade administrada é determinante de uma teoria de administração, para que ela seja pertinente e relevante na construção desta prática. Surgiram, então, na formação dos administradores da educação, as disciplinas de Teorias de Administração da Educação. Entretanto, apesar desta nova perspectiva teórica, a prática do administrador escolar continuava a ser compreendida como uma prática social específica, distinta da prática educativa, com o objetivo de apoiar e dar condições para o funcionamento da prática educativa. Este elemento da educação do gestor implica ou constitui-se pelo desenvolvimento do conhecimento e produção de habilidades O objetivo da formação do gestor da educação é o desenvolvimento do conhecimento e das habilidades, que o qualificam como coordenador. É necessário construir ecologias cognitivas, meios desafiadores, para impulsionar o processo metanóico, na autopoiese socio individual da sua inscrição histórica e humana. *Os fundamentos básicos da formação e prática do gestor da unidade escolar O processo de construção das aptidões cognitivas e atitudinais necessárias ao gestor escolar alicerça-se em três pilares ou eixos desta formação: 1- O conhecimento é o objeto específico do trabalho escolar. Portanto, a compreensão profunda do processo de (re)construção do conhecimento no ato pedagógico é um determinante da formação do gestor escolar. 2 – Comunicação: A competência lingüística e comunicativa são indispensáveis no processo de coordenação da elaboração, execução e avaliação do projeto político-pedagógico. 3 – Historicidade: O reconhecimento das demandas educacionais, como também das limitações, das possibilidades e das tendências deste contexto histórico, no qual se produz e se trabalha o conhecimento, é fundamental para o seu impacto e o sentido da prática educativa e para sua qualidade.


Aula 8:

RESUMO DO TEXTO:
A Relação entre Política Pública de Reforma Educacional e a Gestão do Cotidiano Escolar
DE:
Marisa Schneckenberg


*A discussão referente à gestão escolar encontra-se cada vez mais presente no contexto educacional, em decorrência da exigência de que os dirigentes e gestores educacionais enfrentem com competência técnica e política os desafios sociais emergentes, sejam eles de ordem pedagógica (parâmetros curriculares nacionais), (globalização da economia, competitividade e exigências do mercado de trabalho), política (programas de descentralização da gestão educacional, inclusive financeira), metodológica operacional (novas tecnologias) e outros. Atuar como gestor no processo de implementação de políticas educacionais implica buscar habilidades diferenciadas de ação, bem como o estabelecimento de uma metodologia adequada. No desenvolvimento das mudanças e no encaminhamento das resistências a estas. Qualquer proposta inovadora referente a políticas educacionais somente terá êxito se o gestor e os membros internos da escola estiverem efetivamente envolvidos no processo, o que constitui condição para o convencimento da comunidade externa. *Políticas de reforma educacional A política educacional faz parte de um amplo projeto social, de uma totalidade, devendo ser pensada sempre numa íntima e dialética articulação com o planejamento mais global que uma sociedade constrói como seu projeto e que se realiza por meio da ação do Estado. *As políticas públicas são formuladas a partir de diferentes dimensões: dimensão cognitiva - relaciona as propostas inovadoras não só com o conhecimento técnico-científico, mas também com as representações sociais dos fazedores da política. É a leitura específica a respeito da realidade social feita pelos dirigentes de determinado setor em determinado momento; dimensão instrumental - busca medidas para atacar as causas dos problemas, apresenta característica metodológica. Faz a articulação entre os dados técnicos e os valores políticos; dimensão normativa - apresenta a relação entre as políticas, os valores e as práticas culturais e sociais prevalecentes. Articula as políticas ao projeto mais global em curso na sociedade, num contexto histórico em que se exige mudança, a educação está na ordem do dia, com o desafio de discutir, avaliar e viabilizar a implantação de políticas de reforma. *A necessidade de que o planejamento das reformas parta de diagnósticos precisos da realidade e que ajustem meios para o alcance de seus objetivos. Trata-se ainda de lidar com divergências, com interesses contraditórios e localizados; porém, procurando adquirir uma visão ampla, estratégica, do todo e de orientação futura. *A política educacional é capaz de projetar, de pensar e de definir a formação das pessoas de que a sociedade necessita. Seus objetivos é que definirão a sociedade que se está buscando e o ser humano que a compõe. *A política educacional canaliza a educação para determinados fins específicos. O Estado, comportando o saber de seus técnicos, é a instância única e legítima capaz de tomar decisões coerentes, acertadas e justas, já que a discussão com a maioria, nesse entendimento, certamente gera desconforto e conflitos de interesse. *Enfim, esta política estimula a ausência de crítica e da dimensão criativa no âmbito escolar já que não há participação na sua definição. Já a estrutura de poder, que considera a participação no processo de decisão sobre a política educacional a ser adotada, pressupõe uma reorientação do exercício do poder: o reconhecimento da descentralização de forças políticas e da autonomia da gestão escolar. A escola torna-se, assim, muito mais representante da sociedade, de seus interesses e necessidades do que agente do Estado. *A definição de uma política educacional democrática garante a participação, o controle e o compromisso por parte da gestão escolar em seus processos. As principais decisões são tomadas em reuniões, e a comunidade escolar envolve-se na gestão colegiada e consequentemente tem poder decisório sobre os rumos de sua política educacional. *O gestor escolar terá uma postura democrática e mediadora entre a instituição e a comunidade na qual ela está inserida e o Estado. Pode-se, no entanto, afirmar que uma política de reforma educacional é legítima quando conta com o envolvimento e a participação dos atores que atuam nas escolas. *Processo de efetivação integral: iniciação: momento de introdução de novas idéias, busca de seu planejamento e apoio institucional. É a fase do convencimento sobre as razões de reforma e a conquista de parcerias visando à sua implantação; implementação: momento de operacionalização, de execução do planejamento; institucionalização: caracteriza-se pela estabilização das mudanças, momento de transformá-las em normas e rotinas para que se integrem ao cotidiano escolar. *Outros fatores surgem no processo bem-sucedido de introdução de mudanças planificadas quais sejam: grande sensibilidade da direção em relação aos processos de aperfeiçoamento, nomeadamente em relação à gestão da inovação; sistema de valores orientado em termos de objetivos educacionais, sociais e comunitários; interação e comunicação intensivas entre indivíduos e grupos, fator essencial aos processos de mudança bem sucedidos; planificação e ação colaborativa entre atores internos e externos à organização escolar. *A teoria administrativa ou modelo cognitivo propõe que a participação aumenta a produtividade ao disponibilizar, para a tomada de decisão, estratégias e informações mais qualificadas, provenientes de áreas e níveis organizacionais diferentes. *A teoria das relações humanas ou modelo afetivo, ...estabelece que os ganhos de produtividade são o resultado da melhoria da satisfação das pessoas e da sua motivação.. *O modelo de democracia clássica [o qual considera que] o valor da participação não está diretamente relacionado à produção ou à satisfação do funcionário, mas à institucionalização e preservação da ação e dos direitos democráticos na sociedade como um todo. *O modelo de consciência política percebe a participação no ambiente de trabalho como uma forma de desenvolver a consciência de classe em favor da luta pelo socialismo, [e busca estabelecer] espaços de participação como manifestação da vontade de grupos ou classe social. Na verdade, a mudança está fundamentada nos valores dos indivíduos que compõem o contexto escolar, Para tanto, o plano de mudança deve ser claro e conhecido pelos atores que o implementarão, Há, no entanto, necessidade de que os gestores estejam capacitados para o seu trabalho na ótica da gestão compartilhada, participativa, democrática para que saibam negociar, exercer liderança democrática e ainda manter um processo de comunicação aberto.

Aula 9:

RESUMO DO TEXTO: Diretores de Escola: o desacerto com a democracia de Artemis Torres e Lindalva Maria N. Garske.

*O esforço de conciliação consiste em : uma que pretende ser a mais democrática possível, outra, que mantém o tradicional comportamento clientelístico. posturas distintas: uma, autoritária, refletindo o modus vivendi da sociedade brasileira, originária de uma tradição cultural escravocrata e classista; outra, democrática, que ensaia ainda seus primeiros passos e, como todas as práticas inaugurais, cheia de ilusões ingênuas sobre seu próprio poder de mudança. Em meio a tantas evidências de contradição, apresente-se ela através do discurso ou da comparação entre este e a prática, os dois tipos de postura são facilmente observáveis, hoje, nas escolas: a que conserva os padrões tradicionais da cultura autoritária, e a inovadora, que atende ao desafio de transformar-se e transformar as práticas sociais ainda vigentes. *A gestão escolar calcada em princípios estabelecidos pelo modelo burocrático vinha sendo submetida a fortes críticas, naquele momento de vitória do PMDB, e passava a se configurar como um modelo de gestão com condições insuficientes para corresponder ao movimento histórico que perpassava a sociedade. Inicia-se aí um movimento em favor da instalação da gestão calcada em princípios democráticos no interior da escola, em favor da participação de todos os segmentos que compõem essa instituição educativa na discussão acerca de seu projeto administrativo e pedagógico. *A ampliação das formas de participação se daria, num primeiro momento, através da criação de instrumentos institucionais, na escola, como a eleição direta para a escolha do diretor, a instalação de conselhos deliberativos e o projeto político pedagógico. *O modelo de organização escolar proposto pelo Estado brasileiro, na realidade, tinha como eixos norteadores, princípios de cunho empresarial, que concebiam a gestão com base numa estrutura administrativa autoritária, vertical e hierarquizada, fundamentada, portanto, num sistema administrativo de caráter essencialmente burocrático e fechado. *Em contraposição a um modelo burocrático de gestão, surge, no interior da escola, com a chamada transição democrática, uma série de discussões que, articuladas a movimentos sociais mais amplos. sindicais, partidários, de moradores de bairros, entre outros. organizam-se com vistas à conquista de direitos sociais e políticos, dentre os quais o direito público e inalienável de acesso à educação e à cultura.*O Programa de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (PMDE), que promove o repasse anual de recursos financeiros diretamente às escolas públicas do ensino fundamental, decorrendo daí a implementação de uma nova medida, ou seja, a transformação dos conselhos deliberativos das escolas em Unidades Executoras próprias. A instituição dessas diferentes medidas se faz acompanhar da implementação de políticas de formação de gestores, através das secretarias estaduais e municipais. *Outras medidas têm sido utilizadas pelo Estado e municípios, como a realização de cursos para dirigentes das unidades escolares na área de gestão. O processo eleitoral deve ser compreendido como um instrumento, um meio que dê suporte à construção desse modelo de gestão. considerar também que o processo eletivo só será eficaz, quando amparado por critérios que permitam a verificação da competência na sua dimensão técnica e na sua dimensão política. Técnica, no que se refere ao conjunto de conhecimentos, meios e estratégias de ação. Política, no que diz respeito ao compromisso do diretor eleito com o direcionamento a ser dado ao trabalho da escola.

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