segunda-feira, 19 de abril de 2010

RESUMO DE ED. E TRABALHO

Resumo Educação e Trabalho – Aula 1:

Texto de Demerval Saviani

“O trabalho como príncipio educativo frente as novas tecnologias.”

Essa situação tendeu a se alterar a partir da década de 60 com o surgimento da "teoria do
capital humano", passando a educação a ser entendida como algo não meramente ornamental mas
decisivo para o desenvolvimento econômico. Postula-se, assim, uma estreita ligação entre educação
(escola) e trabalho; isto é, considera-se que a educação potencializa trabalho. Essa perspectiva está
presente também nos críticos da "teoria do capital humano", uma vez que consideram que a educação
é funcional ao sistema capitalista, não apenas ideologicamente, mas também economicamente,
enquanto qualificadora da mão-de-obra (força de trabalho).
EDUCACAO E TRABALHO: AS ORIGENS
Inicialmente prevalecia o modo de produção comunal, o que hoje chamamos de
"comunismo primitivo". Não havia classes. Tudo era feito em comum: os homens Produziam sua
existência em comum e se educavam neste próprio processo. Lidando com a terra, lidando com a
natureza, se relacionando uns com os outros, os homens se educavam e educavam as novas gerações. A
medida em que ele se fixa na terra, que então era considerada o principal meio de produção, surge a
propriedade privada. A apropriação privada da terra divide os homens em classes.
A classe dominante, a classe dos proprietários, tinha uma
educação diferenciada que era a educação escolar. Por contraposição, a educação geral, a educação da
maioria era o próprio trabalho: o povo se educava no próprio processo de trabalho. Era o aprender
fazendo. Aprendia lidando com a realidade, aprendia agindo sobre a matéria, transformando-a.
IDADE MEDIA: ESCOLA E PRODUCAO
A forma do trabalho da Idade Média se
diferenciava da Antiguidade na medida em que não temos mais o trabalho escravo e sim o trabalho
servil.
Temos, na Idade Média, as escolas paroquiais, as escolas catedralícias e as escolas
monacais que eram as escolas que se destinavam à educação da classe dominante.
Esta atividade mercantil foi se concentrando nas cidades, primeiro organizadas periodicamente na
forma de feiras de trocas, de grandes mercados de trocas. Esses mercados foram se fixando e dando
origem às cidades. A origem do burguês é o habitante do burgo, ou seja, o habitante da cidade. Através
do comércio, ele foi acumulando capital que, em seguida, passou a ser investido na própria produção,
originando assim a indústria. Estes processos de transformação conduziram ao deslocamento do eixo
do processo produtivo do campo para a cidade, da agricultura para a indústria. Temos, então, a partir
deste processo, a constituição de um novo modo de produção que é o capitalista ou burguês, ou modo
de produção moderno.
EDUCACAO E MODO DE PRODUCAO CAPITALISTA
Por isso, na sociedade capitalista, a agricultura tende a
assumir cada vez mais a forma da indústria, tende a se mecanizar e adotar formas industriais e a se
desenvolver segundo determinados insumos, insumos esses que são produzidos segundo a forma
industrial. De outro lado, dado que a indústria é a base do desenvolvimento das cidades, a sociedade
moderna vai se caracterizar pela subordinação do campo à cidade ou, dizendo de outra maneira, por
uma crescente urbanização do campo.
A ESCOLA NA SOCIEDADE MODERNA
A produção centrada na cidade e na indústria implica que o conhecimento, a ciência que é
uma potência espiritual, se converta, através da indústria, em potência material. Então, o conhecimento
- Bacon assim colocava no início da Epoca Moderna - é poder, conhecer é poder. Todo o
desenvolvimento científico da Epoca Moderna se dirigia ao domínio da natureza: sujeitar a natureza
aos desígnios do homem, transformar os conhecimentos em meios de produção material. E a indústria
não é outra coisa senão o processo pelo qual se incorpora a ciência, como potência material, no
processo produtivo.
Até a Idade
Média, a escrita era algo secundário e subordinado a formas de produção que não implicavam o
domínio da escrita. Na Epoca Moderna, a incorporação da ciência ao processo produtivo envolve a
exigência da disseminação dos códigos formais, do código da escrita.
A exigência da escola se alarga tanto vertical como horizontalmente, isto é o que se chama
hipertrofia da escola.Além disto, também se reivindica que a escola, no seu interior, assuma encargos que
extrapolam aquilo que é especificamente pedagógico.
A CONTRADICAO DO PROCESSO ESCOLAR
A história da escola começa com a divisão dos
homens em classes. Essa divisão da sociedade em classes coloca os homens em antagonismo, uma classe
que explora e domina outra. Atingimos, com a sociedade capitalista, o máximo de desenvolvimento da
sociedade de classes.
A contradição entre as classes marca a questão educacional e o papel da escola. Quando a
sociedade capitalista tende a generalizar a escola, esta generalização aparece de forma contraditória,
porque a sociedade burguesa preconizou a generalização da educação escolar básica. Sobre esta base
comum, ela reconstituiu a diferença entre as escolas de elite, destinadas predominantemente à formação
intelectual, e as escolas para as massas, que ou se limitam à escolaridade básica ou, na medida que têm
prosseguimento, ficam restritas a determinadas habilitações profissionais.
Nesse processo da análise dos conhecimentos que os trabalhadores detinham e na sua
elaboração, os trabalhadores foram desapropriados e o saber sistemático relativo ao conjunto do processo
produtivo passa a ser domínio apenas da classe dominante, do empresariado. E dessa forma que se
contorna a contradição. O trabalhador domina algum tipo de saber, mas não aquele saber que é força
produtiva, porque a produção moderna coletivizou o trabalho e isso implica em conhecimento do conjunto
do processo, conhecimento esse que é privativo dos grupos dirigentes. Cada trabalhador só domina aquela
parcela que ele opera no processo de produção coletiva. Este processo atinge um ponto mais avançado na
fase atual do capitalismo, que é a fase monopolista.
E possível, porém, refazer essa leitura considerando que no primeiro caso a educação
correspondia às necessidades do trabalho manual; no segundo caso estava em causa o trabalho intelectual.
E se a máquina viabiliza a
materialização das funções intelectuais no processo produtivo, a via para se objetivar a generalização das
funções intelectuais na sociedade foi a escola. Eis por que foi sob o impacto da revolução industrial que os
principais países se entregaram à tarefa de constituir os seus sistemas nacionais de ensino, generalizando,
assim, a escola básica. Dir-se-ia, pois, que à Revolução Industrial correspondeu uma Revolução
Educacional. Aquela colocou a máquina no centro do processo produtivo; esta erigiu a escola em forma
principal e dominante de educação.E se a máquina viabiliza a
materialização das funções intelectuais no processo produtivo, a via para se objetivar a generalização das
funções intelectuais na sociedade foi a escola. Eis por que foi sob o impacto da revolução industrial que os
principais países se entregaram à tarefa de constituir os seus sistemas nacionais de ensino, generalizando,
assim, a escola básica. Dir-se-ia, pois, que à Revolução Industrial correspondeu uma Revolução
Educacional. Aquela colocou a máquina no centro do processo produtivo; esta erigiu a escola em forma
principal e dominante de educação.
NOVAS TECNOLOGIAS E EDUCATIVO
Em suma, pode-se afimar que o trabalho foi, é e continuará sendo princípio educativo do
sistema de ensino em seu conjunto. Determinou o seu surgimento sobre a base da escola primária, o seu
desenvolvimento e diversificação e tende a determinar, no contexto das tecnologias avançadas, a sua
unificação.
Penso que se antes, como se descreveu, ocorreu a transferência de funções manuais para as máquinas, o
que hoje está ocorrendo é a transferência das próprias operações. intelectuais para as máquinas. Por isso
também se diz que estamos na "era das máquinas inteligentes". Em conseqüência, também as
qualificações intelectuais específicas tendem a desaparecer, o que traz como contrapartida a elevação do
patamar de qualificação geral. Parece, pois, que estamos atingindo o limiar da consumação do processo de
constituição da escola como forma principal, dominante e generalizada de educação.

Resumo Educação e trabalho – Aula 2:

“O choque teórico da politecnia”
Texto de Dermeval Saviani

De início, talvez pudesse contribuir retomando a concepção básica de
Politecnia. Considero fundamental que isto esteja suficientemente claro para
que possamos tomar as medidas mais práticas relativas à organização curricular.
A noção de Politecnia deriva, basicamente, da problemática do trabalho.
Nosso ponto de referência é a noção de trabalho, o conceito e o fato do
trabalho como princípio educativo geral. Toda a educação organizada se dá a
partir do conceito e do fato do trabalho, portanto, do entendimento e da realidade
do trabalho.
A realidade da escola tem de ser vista nesse quadro. A escola, originalmente,
era algo restrito. Isso se devia ao fato de que as habilidades que desenvolve,
nessas formas primitivas, se restringiam a pequenas parcelas da
humanidade. Aliás, a própria origem etimológica da palavra escola – ligada
ao ócio, ao lazer – está relacionada a essas condições sociais de produção da
existência humana. Na Grécia, a escola era o local do ócio, o ginásio era o
local onde se praticavam jogos, se fazia ginástica. Era uma sociedade que,
em seu conjunto, se mantinha utilizando trabalho escravo. Nessas condições,
as funções intelectuais e, portanto, também a escola, ficavam restritas
a uma pequena parcela da sociedade.
A sociedade organizada
nesses moldes e distante das relações naturais, assume, de maneira mais visível,
a forma histórica, adotando normas resultantes das próprias relações entre
os homens. E o direito positivo, que compendia essas normas, assume a
forma escrita.
Esse tipo de sociedade tem, pois, como pressuposto, como premissa necessária,
a introdução de códigos de comunicação não naturais, não espontâneos.
É a partir daí que se pode entender a exigência de generalização dos
códigos escritos, trazendo consigo, por conseqüência, a necessidade da generalização
da alfabetização. Sobre esse pressuposto também se coloca a questão da universalização da escola que, estando referida ao trabalho intelectual,
à cultura letrada, se constitui como via de acesso aos códigos escritos.

4 comentários:

  1. Apesar da boa intenção, o texto acima não respeita a autoria (não cita o autor) e nem faz menções no corpo do texto. Veja os livros da Ana Rachel Machado sobre resumo (Parábola Editorial). Acredito que pode ser perigoso não mencionar o autor em vários pontos do texto e de diferentes jeitos, bem como mencionar do que e de quem é o resumo. Isso se dá principalmente por causa do respeito ao trabalho acadêmico e ao direito autoral.

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    1. Poxa, ela colocou o texto pra ajudar aos alunos do cederj, não é nada oficial, que vá se publicar em trabalhos acadêmicos etc... É UMA GRANDE AJUDA! E o sr. ainda vem colocar defeito? Poxa, como tem gente mal agradecida nesse mundo!!
      Obrigada, Maria Tereza, vc é nota 1000!!!!!!!! Bjkss!!

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    2. Concordo com vc Sandrinha! E se não estou enganada, os resumos são embasados no material didático.
      Muito obrigada Maria Tereza, não apenas a vc, mas a todos os blogueiros e contribuidores q compartilham essas informações conosco. Ajuda muito. Obrigada a todos. Bjs.

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    3. Marcos Carreira, peço desculpas. No período em que fiz os resumos estava no inicio da faculdade e não tinha muita noção destas normalidades, postei no blog justamente para ajudar. Estarei realizando a alteração dos textos. Peço sua ajuda se encontrar mais textos neste blog sem menção ao autor, identificá-los para mim, obrigada. Também não ficaria satisfeita se meus textos autorais fossem postados sem identificação de quem escreveu. Grata. E mais uma vez, desculpe-me.

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