quarta-feira, 28 de abril de 2010

Resumo Didática - Aula 1 a 13 - 2° semestre de 2009

RESUMO DIDÁTICA – 2º PERÍODO PEDAGOGIA UNIRIO

RESUMO A PARTIR DA BIBLIOGRAFIA:
SANTOS, ANA LUCIA CARDOSO DOS. DIDÁTICA V. 1/ ANA LÚCIA CARDOSO DOS SANTOS. - 2. ED. RIO DE JANEIRO: FUNDAÇÃO CECIERJ, 2009.

AULA 1: “A inter-relação da Educação com a Pedagogia e a Didática”

OBJETIVOS:

Conceituar Educação, Pedagogia e Didática;

Estabelecer relações entre Educação, Pedagogia e Didática.

A aprendizagem ocorre a partir de vivências diversas, ocasionais ou sistemáticas. Tais vivências sejam elas ocasionais ou sistemáticas fazem parte do processo educacional, que apesar de ser eminentemente social é, ao mesmo tempo, individual.

A Educação do ponto de vista social é a interferência que a sociedade, com o objetivo de se manter e se reproduzir, exerce no desenvolvimento dos indivíduos e dos grupos por meio de um conjunto de estruturas, influências, processos, ações.

Do ponto de vista individual, a Educação é o desenvolvimento da pessoa no que diz respeito às suas características de ser humano, ao seu potencial e à sua participação na sociedade. Isto só é possível no seio de uma sociedade humana. A Educação só existe porque existe sociedade.

A Educação não acontece só na escola, de forma sistemática, com a vivência de situações planejadas, acompanhadas, avaliadas, mas também de forma assistemática, em vários lugares e situações, como em um clube recreativo, na família, através de leitura de jornais, revistas, etc. A troca com o outro sempre implica descoberta de novos pontos de vista, outras experiências, maneiras de pensar diferentes, que vão enriquecendo os indivíduos e efetivando o processo educativo na sociedade.

A Pedagogia é entendida como ciência que se preocupa em dirigir a criança, ou o conjunto de estudos sistemáticos sobre o fenômeno educativo.

A Didática é uma seção ou ramo da Pedagogia e refere-se ao ensino e aos processos próprios para a construção do conhecimento.

AULA 2: “A Didática e a formação dos educadores em diferentes abordagens pedagógicas”


OBJETIVOS:

Reconhecer as características da Didática em suas diferentes abordagens;

Analisar as diferentes tendências pedagógicas visando à fundamentação da própria prática.

Entendendo a Educação no seu sentido mais amplo, podemos dizer que educador são todos os membros de uma sociedade. A Educação é um ato político: um ato que sempre é praticado a favor de alguém, de um grupo, de algumas idéias e, conseqüentemente, contra outro alguém, contra outro grupo e contra outras idéias.

Para entendimento desta aula é necessária a leitura de todo o conteúdo, verificando as contribuições de cada pensador e sua influência nas correntes pedagógicas.

AULA 3: “Caminhos para uma Didática crítica e plural”

OBJETIVOS:

Identificar o sentido de uma Didática crítica e plural em sua prática pedagógica.

As sociedades contemporâneas se transformam mudando as nossas formas de pensar, sentir e trabalhar. Diante de tal constatação, o acesso à informação, ao conhecimento e á qualidade do ensino nas escolas nos desafiam, visto que as respostas, prontas e seguras que tínhamos necessitam hoje ser revisada à luz de um novo homem, de um novo mundo e de uma nova sociedade.

Sabemos que a realidade exerce grande influência na prática didática dos professores, seja em contexto “macro”, externo (histórico, sóciopolítico e cultural), seja em contexto “micro”, interno (cotidiano das escolas, relações e trabalho).

Por outro lado, é também importante compreender o cruzamento de saberes que se dá no cotidiano escolar: o saber docente, os saberes sociais de referência e os saberes já construídos pelos alunos.

Ao propor uma Didática crítica e plural, buscamos possibilitar a reflexão dos alunos-mestres sobre algumas proposições que encaminhamos em seguida, de forma a ajudá-los a enfrentar os desafios da prática pedagógica diante do futuro.

É dever da Educação dar conta das diferenças, seja no âmbito escolar institucional da sala de aula, seja no âmbito mais pulverizado das diferenças individuais.

Assim temos a Cultura da Escola representada por seus ritmos e seus ritos, sua linguagem, seu imaginário, seus modos próprios de regulação e de transgressão, e a Cultura Escolar entendida como conjunto de conteúdos cognitivos e simbólicos e como objeto de transmissão no contexto escolar. Em ambas, comportamentos e valores são constantemente trocados.

O ensino é culturalmente relevante quando as experiências, vivências dos alunos, são utilizadas não só como uma forma de manter sua cultura, mas também como uma forma de se aprender a superar os efeitos negativos da cultura dominante.

Com a velocidade dos avanços tecnológicos e o desenvolvimento da sociedade informatizada das últimas décadas, proliferaram os meios tecnológicos com finalidades, graus e complexidades diferenciadas. A tecnologia digital caracteriza-se pela velocidade. Ela representa um novo tempo, redimensionando o espaço, revolucionando nossa maneira de ver, compreender e sentir.

Tendo em vista as novas formas de subjetividade, a responsabilidade dos professores aumentou diante das escolhas variadas que precisam fazer para mediar essa relação no processo de ensino.

A prática docente precisa, portanto ser revisada, porque há o risco de ser o professor a alienígena na sala de aula. As metodologias até então adotadas precisam relacionar outras áreas de conhecimento afins a esses novos estudos sobre a tecnocultura contemporânea. Os trabalhos de equipes, o ensino tutoriado e a pesquisa são fortes aliados metodológicos desde que planejados, coordenados e avaliados sob a orientação do professor.
AULA 4: “Atividade de Avaliação do Módulo 1”


AULA 5: “Formação docente: um breve histórico”

OBJETIVOS:

Identificar as características dos cursos de formação docente no Brasil em diferentes épocas, relacionando tais características ao contexto social.

AULA 6: “Memória a serviço da construção da identidade docente”

OBJETIVOS:

Compreender como a memória pode ser utilizada na formação e na prática didática do professor.

O ensino de Didática nos cursos de formação de professores, seja em Pedagogia, ou em outros cursos de formação continuada, precisa ser constantemente debatido pelos professores e pesquisadores da área, visto que a necessidade de melhoria da qualificação dos educadores é cada vez mais premente para o enfrentamento dos atuais desafios da prática docente e da profissão de professor no novo século.

A Didática como disciplina que trata da teoria geral do ensino é capaz de atender a tais considerações, visto que, ao se preocupar com a orientação didática do professor em relação ao processo ensino-aprendizagem, não desconsidera o seu preparo técnico, político, muito menos o humano e cultural. Por conta de tal observação, é preciso investigar mais e incluir discussões sobre as formas de pensar a atividade docente no plano pessoal e profissional nestes cursos.

A evolução das pesquisas na área de Didática possibilitou que, nos seus programas, fosse incluído o estudo da “Memória Docente” como resgate do sentido e significado do trabalho e da profissão do professor. Tal processo ocorreu à luz das críticas que recebia por ser uma disciplina capaz de operar sínteses, atuar sobre o ensino das outras áreas do conhecimento de forma disciplinar, de orientar ações para práticas eficientes, outras reflexões e investigações de nossa parte.

Nessa viagem ao passado profissional, os professores têm a oportunidade de refletir sobre determinadas intenções e ações, reinterpretando-as de forma a reconstruir, ou não, seus esquemas e pré-concepções a partir de novas ferramentas intelectuais incorporadas.

A contribuição da memória representa, segundo Nóvoa, “uma ruptura tanto em termos de procedimentos, pois o sujeito se torna simultaneamente ator e investigador, quanto de entendimento da realidade, na medida em que este método parte do pressuposto de que seja possível entender o particular como parte do universal”.

A memória para Lins é, por um lado, fugitiva, feita de fragmentos dispersos e, por vezes, sem nexo, estando submissa aos caprichos da reminiscência, elaborada pelo jogo da lembrança e do esquecimento; por outro, é também considerada: “uma espécie de antecâmara da alteridade onde cada um constrói sua própria história e se confronta com a história dos outros membros da família, amigos, amantes, inimigos, etc”.

Para Bordieu, é pela memória que se instauram as continuidades e as rupturas nos vínculos, sejam familiares, amorosos ou sociais, nas formas de transmissão e nos conteúdos da “distinção” e da “herança”.

A memória informal na escola pode ser percebida através das músicas, das linguagens, rituais, relações, festividades, hábitos e mitos, histórias compartilhadas através de interações entre professores, alunos e demais partícipes. Como agente de memória social informal, o professor propicia espaços para interações espontâneas entre alunos, estimula um clima na sala de aula favorável à troca de idéias e comportamentos, cria momentos onde possa se fortalecer atitudes positivas, hábitos saudáveis e valores compartilhados.

A memória educativa é específica da escola e se constrói pelo conteúdo curricular das diferentes disciplinas das áreas do conhecimento, das técnicas, hábitos, atitudes, habilidades, ritos pedagógicos, num grande acervo valorizado tanto pelo sistema educacional como pela sociedade. Este tipo de memória varia segundo os objetivos e especificidades de cada instituição, de cada época. Enquanto agente de memória educativa, o professor está representado pelo próprio domínio do conhecimento de sua área e matéria. Reflete constantemente sobre sua relação com esta, buscando a atualização de seu próprio acervo de informações e saberes, numa constante aprendizagem.

A memória na sociedade digital se propõe a mudar a escola, transformando-a em um espaço aberto, cooperativo, de intercâmbio de informações, e de conhecimentos, com diferentes pessoas e instituições no mundo todo. Como agente de memória na sociedade digital e que trabalha em sala de aula ou em formas não-presenciais, possibilita, via redes, atividades interativas com outras realidades e grupos sociais, dinamizando sua ação didática através de ações orientadas de busca, pesquisa, ordenação, organização, reflexão e crítica dos dados transformando-os em acervo informativo.
AULA 7: “O conhecimento dos professores: saber docente, saber reflexivo”


OBJETIVOS:

Analisar a importância da prática reflexiva para a atuação docente;

Identificar as atitudes necessárias à ação reflexiva na formação de educadores;

Posicionar-se frente às competências profissionais para a formação de professores, tendo em vista suas possibilidades diante da realidade concreta.

A formação não se constrói por acumulação (de cursos, de conhecimentos ou de técnicas), mas sim através de um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re) construção permanente de uma identidade pessoal. Por isso é tão importante investir na pessoa e dar um estatuto ao saber da experiência.

Segundo Dewey, a ação reflexiva implica numa consideração ativa, persistente e cuidadosa por aquilo em que se acredita ou que se pratica, à luz dos motivos que o justificam e das conseqüências a que conduz. Não é um conjunto de passos ou procedimentos específicos utilizados pelos professores, ao contrário, é uma maneira de encarar e responder aos problemas, uma forma de ser professor e, para isso, estão implicadas sua intuição, emoção e paixão. “Os professores não reflexivos aceitam automaticamente o ponto de vista normalmente dominante numa dada situação”.

Dewey define três importantes atitudes necessárias para ação reflexiva: a abertura de espírito (remete-se ao desejo ativo de se ouvir mais de uma opinião, de se buscar alternativas e de se admitir a possibilidade do erro); a responsabilidade (requer a ponderação cuidadosa das conseqüências que uma determinada ação possa ter na vida pessoal, social e política dos alunos); o empenhamento (predisposição para enfrentar a atividade com curiosidade, honestidade, energia, capacidade de renovação e luta contra a rotina).

Para Shon, a reflexão é um processo que ocorre antes e depois da ação (sobre a ação) e, em certa medida, durante a ação (na ação). Assim ele propõe três conceitos diferentes que se incluem no pensamento prático dos professores:

1.Conhecimento na ação: é o componente inteligente do saber-fazer competente que os profissionais demonstram na execução da ação. É fruto da experiência e da reflexão passada. É um conhecimento implícito que recorremos como auto-observadores, quando refletimos sobre o nosso fazer e tentamos descrever o conhecimento que está subjacente.

2.Reflexão na ou durante a ação: é um processo de investigação e de aprendizagem significativa para o professor, pela via do diálogo simultâneo com a situação problematizada. É um processo imediato de improvisação e de criação que depende de grande agilidade mental para captação das variáveis, de intervenção, apontando uma resposta inovadora às necessidades suscitadas.

3.Reflexão sobre a ação e sobre a reflexão na ação: possibilita ao professor, no decurso da própria ação e sem interrompê-la, uma avaliação da situação, distanciando-se de forma breve para analisá-la e buscando, em seguida, a sua reformulação. É uma reconstrução mental para observá-la retrospectivamente.

Zeichner ratifica a visão de professor reflexivo de Shon, porém afirma que os professores devem estar atentos às investigações feitas por terceiros e propõe que estes atuem como “consumidores críticos capazes de participar na sua criação”. Também alerta para o perigo de uma pessoa se agarrar ao conceito de ensino reflexivo, tratando-o como um fim em si mesmo. A reflexão é um meio para uma educação transformadora, esta sim um atividade-fim.

A atenção do professor é tanto dirigida para o interior, para a sua própria prática, como para o exterior, para as condições sociais nas quais se situa essa prática;

Existe na reflexão uma tendência democrática, emancipadora e uma importância dada às decisões do professor quanto às questões que levam a situações de desigualdade e injustiça dentro da sala de aula;

O compromisso da reflexão enquanto prática social.

Perrenoud admite que a prática reflexiva deve estar aliada à participação crítica e à profissionalização docente. Para ele, estas são orientações prioritárias para a formação de professores, pois “vão além do ‘saber fazer’ profissional de base, mas supõem sua aquisição prévia”, isto é, exigem “competências”. O autor afirma que determinados professores, por terem desenvolvido frágeis competências disciplinares, didáticas e transversais, arriscam-se a perder o domínio de sua aula, numa tentativa de ensaio e erro atuando com práticas defensivas.

Destaca dez competências profissionais:

1.Organizar e animar situações de aprendizagem;

2.Gerir o progresso das aprendizagens;

3.Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação;

4.Envolver os alunos nas suas aprendizagens e no seu trabalho;

5.Trabalhar em equipe;

6.Participar da gestão da escola;

7.Informar e envolver os pais;

8.Servir-se de ovas tecnologias;

9.Enfrentar os deveres e dilemas éticos da profissão;

10.Gerir sua própria formação contínua.

AULA 8: “Atividade de Avaliação do Módulo 2”


Ver página 109.

AULA 9: “Formação continuada: a perspectiva clássica e a perspectiva atual”

OBJETIVOS:

Analisar a formação continuada pelo viés da perspectiva clássica e da perspectiva atual.

Uma profissão é uma realidade dinâmica e contingente, baseada em ações coletivas de um grupo cuja identidade se constrói através de interações com outros grupos, instâncias e atores diversos. Nesta ótica, uma profissão não remete a uma coleção de atributos de base definidos de uma vez por todas (Tardif, M; Lessard, C; Gauthier, C., 1998, p.24).

A formação continuada de professores inclui todas as atividades desenvolvidas pelos professores em exercício, após a formação inicial. A capacitação crescente do educador se faz por duas vias: a via externa, representada por cursos de aperfeiçoamento, seminários, leituras de periódicos especializados, etc; e a via interior, que é a indagação à qual cada professor se submete, relativa ao cumprimento de seu papel social (Vieira Pinto, 1986, p.113).

Segundo Candau, esta formação é feita numa perspectiva clássica ou numa perspectiva atual:

Na perspectiva clássica, estão as iniciativas de instituições e órgãos governamentais que enfatizam a qualificação, reciclagem e especialização, como “voltar e atualizar a formação recebida”.

Na perspectiva atual, a busca pela educação continuada desloca-se do exterior para o interior da escola, valorizando-se o saber docente, reestruturando o aprendido, fazendo descobertas e aprimorando a sua formação.

Mas para que o professor se qualifique cada vez mais não basta a participação em curso; é necessário que ele reflita sobre a sua prática, problematizando-a e buscando alternativas de solução ou socializando esta prática, tornando-a coletiva, por confrontar suas conclusões com as do grupo.

Vale ressaltar que esta formação pode se dar de maneira formal ou informal. A maneira formal é aquela que ocorre em espaços institucionalizados de ensino, correspondente ao modelo clássico. A maneira informal consiste nos saberes adquiridos por contatos e interações sociais, principalmente no âmbito profissional.

A formação continuada deve estar articulada com o desempenho profissional dos professores, tornando as escolas como lugares de referência. Trata-se de um objetivo que só adquire credibilidade se os programas se estruturarem em torno de problemas e de projetos de ação e não em trono de conteúdos acadêmicos (Nóvoa, 1991, p.30).

AULA 10: “Reaprendendo a aprender: alguns casos bem-sucedidos de educação continuada”

OBJETIVOS:

Aplicar a concepção de educação continuada na forma atual, no seu cotidiano.

Nesta aula veremos alguns exemplos e experiências que podem ser analisados e experimentados em sua escola. Faça uma leitura crítica deste capítulo e ao final, tente realizar as atividades 01 e 02 da página 128.



AULA 11: “As relações na dinâmica da sala de aula”

OBJETIVOS:

Reconhecer a autoridade do professor para a orientação e condução da aula;

Perceber a importância do diálogo entre professor e aluno para o eito do processo ensino-aprendizagem;

Analisar a violência social e suas conseqüências na escola;

Estabelecer uma relação entre motivação e autodisciplina.

O sentimento dos alunos pelo professor nasce sempre da forma como são tratados, de como se sentem na sala de aula. Se forem tratados com respeito, saberão respeitar; se perceberem no professor amor por eles, provavelmente responderão com afeto. Se sentirem motivados para a aprendizagem. Exercerão a autodisciplina e cuidarão para que os outros colegas da classe saibam respeitar o professor.

A participação dos alunos em sala é conquistada não só pelo atendimento do professor aos seus anseios, mas, também, pela cumplicidade entre ambos, pela troca de papéis em alguns momentos, pelo respeito à autonomia do discente exercida pelo professor sem autoritarismo.

O diálogo é um ponto fundamental na relação professor-aluno, como preconizava Paulo Freire. É por meio do diálogo amoroso que há uma verdadeira troca entre os atores do ato de aprender, possibilitando contato com outras visões de mundo, desfazendo preconceitos, modificando atitudes, o que resulta em melhores oportunidades de aprendizagem.

No momento atual da educação, os professores têm encontrado em suas classes alunos provenientes de lares desfeitos, pais que passam todo o dia fora, e estas crianças desconhecem expressões de gentileza, agradecimento, o que torna o ambiente hostil.

Neste cenário a escola quase sempre impõe a cultura burguesa às classes populares, desconsiderando seu modo de vida, seus anseios, seu saber, dificultando sua construção pelo estudante, gerando desinteresse, impedindo a troca de saberes.

Cabe ao professor conduzir os trabalhos na sala de aula. É ele que está investido de autoridade por seus conhecimentos intelectuais, morais e técnicos, porém não sendo o único responsável pelos atos de violência e vandalismo muitas vezes praticados nas escolas.

Ressaltamos a importância de envolvermos a comunidade nas decisões que fogem à competência da escola. A cumplicidade dos pais e da comunidade em geral constituirá força para enfrentar as dificuldades, portanto o professor precisa aliar-se para exercer sua responsabilidade pelo ambiente sadio que deve servir de base às atividades didáticas, incluindo a atitude responsável e um diagnóstico cuidadoso da turma, a fim de adequar o trabalho às reais necessidades e interesses do grupo.

AULA 12: “Cultura e diversidade desafiando a formação e a prática docente”


OBJETIVOS:

Reconhecer a importância dos estudos atuais sobre a cultura para a educação, formação e atuação docente;

Perceber as relações entre as questões políticas, econômicas e sociais e a prática educacional multicultural;

Identificar na própria atuação didático-pedagógica em sala de aula e na escola, práticas que favoreçam uma educação multicultural voltada para a diversidade;

Posicionar-se frente às situações de discriminação e intolerância em relação às variâncias culturais de grupos na escola.

Nas atuais sociedades, a oferta, a extensão e a espécie de educação distribuída ao seu povo nem sempre tem sido justa e democrática em termos de quantidade e qualidade, mesmo em tempos de avanços tecnológicos, a informática como um hábito agregado a nossa cultura, nem todos os brasileiros têm acesso a ela.

A Cidadania Cultural (Marilena Chauí, 1999, pp. 14-15) defende o direito à cultura como:

1.Direito de produzir ações culturais, isto é, de criar, ampliar, transformar símbolos, sem reduzir-se à criação nas belas-artes;

2.Direito de fruir os bens culturais, isto é, recusa da exclusão social e política;

3.Direito à informação e à comunicação, pois a marca de uma sociedade democrática é que os cidadãos não só tenham o direito de receber todas as informações e de comunicar-se, mas têm, sobretudo o direito de produzir informações e comunicá-las; portanto a Cidadania Cultural põe em questão o monopólio da informação e da comunicação pelo mass media e o monopólio da produção e fruição das artes pelas classes dominantes;

4.Direito à diferença, isto é, a exprimir a cultura de formas diferenciadas e sem uma hierarquia entre essas formas.

Numa sociedade dita democrática, porém marcada por desigualdades e diferenças entre grupos sociais como a nossa, a convivência entre estes é desafiada através de embates travados entre as culturas particulares que, neste jogo de interesse, se estabelecem.

Existe entre educação e cultura uma relação íntima, orgânica, visto que a educação, no seu sentido amplo, pretende a formação e socialização do indivíduo e esta é sempre feita de alguém para alguém, supondo para isso a comunicação, a transmissão, a aquisição de conhecimentos, informações, hábitos, valores, crenças, ou seja, a aquisição de cultura.

Para Vieira Pinto, a educação pertence à cultura em dois sentidos:

1.No sentido de que o mesmo conceito de educação é um dos produtos ideológicos da cultura e como tal reflete e resume a totalidade cultural que o enuncia;

2.A educação pertence ao campo cultural por ser o processo produtor (e transmissor) da cultura

O que sabemos é que cada aluno ou grupo é afetado diferentemente pelas atitudes dos professores em relação a sua postura cultural no que se refere também ao ato de ensinar. É preciso que os educadores reconheçam que as diferentes culturas, das quais os alunos são portadores, possuem linguagem, estilos, símbolos próprios que precisam ser mais valorizados e melhor compreendidos em seu poder criativo e original.

Sedano (1997) compreende o interculturalismo como a inter-relação entre diferentes culturas em uma mesma sociedade. Já o multiculturalismo e o pluriculturalismo são entendidos por muitos autores como a existência de diferentes culturas em uma mesma sociedade.

Uma educação multicultural deve ser um imperativo de nossas escolas, não só em relação aos grupos discriminados, como também aos grupos dominantes, de forma a reconhecer a pluralidade étnico-cultural como enriquecimento para a sociedade como um todo, destituindo assim de preconceitos as novas gerações (Candau, 1997). Assim devemos reconhecer a necessidade de:

Possibilitar um contexto democrático de decisões sobre os conteúdos do ensino, no qual o interesse de todos seja representado;

Modificar a forma de entender, praticar e de atuar com a cultura dominante no ensino, integrando outras culturas não dominantes neste processo;

Realizar uma análise crítica, investigando como cada escola internamente, no seu projeto, em suas práticas de ensinar pode atender à diversidade.

AULA 13: “Atividades de avaliação do módulo 3”

Ver página 155.

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