segunda-feira, 19 de abril de 2010

RESUMO DE GESTÃO

Resumo Gestão 1
Aula 1:GESTÃO EDUCACIONAL E ESCOLAR: UM MAPEAMENTO E
ALGUMAS QUESTÕES.
Tania Mara Tavares da Silva
Em síntese, diante das transformações a gestão educacional/escolar teria não apenas que
responder a novas demandas sociais, mas ao mesmo tempo preparar uma massa crítica
para responder aos novos desafios de maneira ativa.
Em síntese, diante das transformações a gestão educacional/escolar teria não apenas que
responder a novas demandas sociais, mas ao mesmo tempo preparar uma massa crítica
para responder aos novos desafios de maneira ativa.
Um primeiro aspecto importante é aquele no qual o autor enfatiza que a crise do
sistema educacional deve-se a um movimento histórico fundamental, isto é, se em
períodos anteriores as mudanças davam-se entre gerações; hoje elas ocorrem na mesma
geração. Dito de outro modo: avós; pais e crianças convivem com as transformações e
de alguma forma devem adequar-se a ela. Como isto se traduz em uma nova visão de
escola e crise? Para Enguita rompe-se a velha sequência em que após o período escolar
seguia-se a entrada no mercado de trabalho. Hoje, é preciso aprender continuamente o
que exige que a escola se adapte aos novos ciclos de aprendizagem (não confundir com
os ciclos escolares propostos na LDB). Além disto, como a formação permanente é
valorizada, pode ser estabelecida na relação entre pais e escola algo muito diferente
dado que para alguns, o professor já não é mais o dono do saber tendo por consequência
também uma perda do seu status.
A expansão da educação ou, como afirma o autor, dos títulos escolares e
acadêmicos, findou por escapar de qualquer ajuste às necessidades do sistema
produtivo. Assim cria-se um paradoxo: quanto mais importância adquire a educação no
mercado de trabalho, mais se desvalorizam os títulos individuais, ou seja, cada vez mais se necessita de um nível mais elevado para se ter acesso ao mercado de trabalho.
Portanto embora as denominações podem se
diferenciar dependendo da ótica do autor esta é uma oposição central que organiza a
forma da gestão educacional/escolar. O primeiro pertence ao que foi denominado como
Administrador Escolar e, o segundo, a do Gestor Educacional/Escolar dado a
incorporação na sociedade das instituições de educação não formal.
As palavras chaves
são o controle e inspeção realizados por um especialista (no âmbito educacional o supervisor e o diretor cumprem este papel, além do coordenador pedagógico e/ou
orientador pedagógico, pois as denominações e atribuições diferem).
A gestão escolar está no campo da política e a escola reverbera e
reproduz, pelo menos em parte, as formas pelas quais a política opera na sociedade.
Acreditamos que um dos pontos fundamentais é a transformar a formação dos que
atuam na educação e pensar que este será um processo longo, ou como afirmaria
Gramsci trata-se de construir um movimento de contrahegemonia, isto é, contra a
hegemonia cultural que reitera a centralização do poder.
Defende-se hoje, um modelo de gestão democrático e
participativo como forma de modificar o âmbito educacional e honrar o compromisso de
Educar a Todos.
No que se refere especificamente ao papel do gestor ele deve
promover formas democráticas de gestão e tomadas de decisões.
Ou seja, o processo de
gestão dá-se de forma coletiva e possibilita o debate público de projetos, ações e o exercício de práticas colaborativas.
Finalizamos com um exemplo prático do que considero ser um caminho possível
para a implantação de uma gestão participativa. Em primeiro lugar, acabar com a
hegemonia de um modelo único de pensamento ou como afirma Enguita respeitar as
diferenças (aqui teóricas) que trazem os professores e incorporá-las mesmo que não seja
a sua. Em segundo lugar prestar atenção nas tessituras do cotidiano da escola, isto é,
estar na sala dos professores; nas salas de aula tendo o cuidado de saber que
inicialmente os professores podem pensar em controle, mas aos poucos podemos com
nossas ações transformar esta idéia em visão de colaboração e, por fim prestar atenção
no que dizem os “corpos”, pois como afirmam os antropólogos o corpo expressa
sentimentos muitas vezes contraditórios com o discurso proferido. Assim podemos
fornecer aos futuros pedagogos gestores caminhos mais concretos do que a mera repetição do que dizem os autores. Almejar a práxis (reflexão na ação) deve ser o objetivo de um gestor que quer estabelecer em sua escola a autonomia de si mesmo e da comunidade escolar e do entorno.
Resumo Gestão 1
Aula 2: Perspectivas da Gestão Escolar e Implicações quanto à Formação de seus Gestores
Heloísa Lück
Mudança de concepção de escola
e implicações quanto à sua gestão
A educação, no contexto escolar, se complexifica e exige esforços redobrados
e maior organização do trabalho educacional, assim como
participação da comunidade na realização desse empreendimento,
a fim de que possa ser efetiva, já que não basta ao estabelecimento
de ensino apenas preparar o aluno para níveis mais elevados de
escolaridade, uma vez que o que ele precisa é de aprender para
compreender a vida, a si mesmo e a sociedade, como condições
para ações competentes na prática da cidadania. E o ambiente escolar
como um todo deve oferecer-lhe esta experiência.
A transição de um modelo estático para
um paradigma dinâmico
Esse novo paradigma é fundamentado pelos seguintes
pressupostos:
. A realidade é global, sendo que tudo está relacionado
a tudo, direta ou indiretamente, estabelecendo uma rede de fatos,
circunstâncias e situações, intimamente interligadas.
. A realidade é dinâmica, sendo construída socialmente,
pela forma como as pessoas pensam, agem e interagem.
. O ambiente social e comportamento humano são din
âmicos e por isso imprevisíveis, podendo ser coordenados e orientados
e não plenamente controlados. O controle cerceia, a orienta
ção impulsiona.
. Incerteza, ambigüidade, contradições, tensão, conflito
e crise são vistos como elementos naturais de qualquer processo
social e como condições e oportunidades de crescimento e
transformação.
. A busca de realização e sucesso corresponde a um
processo e não a uma meta. Não tem limites e gera novos sucessos
e realizações que devem, no entanto, ser continuamente buscados
pela ação empreendedora.
. A responsabilidade maior do dirigente é a articula-
ção sinérgica do talento, competência e energia humana, pela
mobilização contínua para promover uma cultura organizacional
orientada para resultados e desenvolvimento.
. Boas experiências realizadas em outros contextos
servem apenas como referência e não como modelos, não podendo
ser transferidas, tendo em vista a peculiaridade de cada ambiente
organizacional.
. As organizações têm vida, desenvolvendo e realizando
seus objetivos, apenas mediante a participação conjunta de seus
profissionais e usuários, de modo sinérgico.
. A melhor maneira de realizar a gestão de uma organiza
ção é a de estabelecer a sinergia, mediante a formação de equipe
atuante, levando em consideração o seu ambiente cultural.
. O talento e energia humanos associados são os melhores
e mais poderosos recursos para mover uma organização e
transformá-la.
A partir de tais pressupostos, emerge o entendimento
de que professores, equipe técnico-pedagógica, funcionários, alunos,
pais, comunidade, todos, não apenas fazem parte do ambiente
cultural, mas o formam e constroem, pelo seu modo de agir, em
19
Em Aberto, Brasília, v. 17, n. 72, p. 11-33, fev./jun. 2000.
vista do que, de sua interação dependem a identidade da escola na
comunidade, o seu papel na mesma e os seus resultados. A mudan-
ça de consciência implica o reconhecimento desse fator pelos participantes
do processo escolar, de sua compreensão ao seu papel
em relação ao todo, uma vez que, como lembra Peter Senge (1993,
p. 29), .quando os membros de uma organização concentram-se
apenas em sua função, eles não se sentem responsáveis pelos resultados
.. E essa percepção setorizada tem sido a responsável pelo
fracionamento e dissociação das ações escolares e conseqüente dilui
ção do seu trabalho e dos seus efeitos. Todos estão lembrados
dos esforços despendidos por inúmeros sistemas de ensino, no sentido
de definir e delimitar papéis e funções de profissionais da escola,
em vez de descrever suas responsabilidades por resultados.
A descentralização, a democratização
da gestão escolar e a construção
da sua autonomia da escola
A descentralização da educação é, por certo, um processo
extremamente complexo e, quando se considera o caso do
Brasil, a questão se complexifica ainda mais, por tratar-se de um
País continente, com diversidades regionais muito grandes, com
distâncias imensas que caracterizam, também, grande dificuldade
de comunicação, apesar de vivermos na era da comunicação mundial
em tempo real. Em vista disso, só se pode pensá-la em termos
graduais e processuais, mediante conquistas sucessivas. Cabe aqui
aplicar os princípios da participação propostos por Pedro Demo
(1988), no sentido de que participação é conquista.
A autonomia da escola
Em associação à descentralização, a autonomia da escola
é dos conceitos mais mencionados nos programas de gestão promovidos
pelos sistemas estaduais de ensino, como também em programas
do Ministério de Educação, uma vez que neles está presente,
como condição para realizar o princípio constitucional de democratiza
ção da gestão escolar. Isto porque a autonomia de gestão da escola,
a existência de recursos sob controle local, junto com a liderança
pelo diretor e participação da comunidade, são considerados os quatro
pilares sobre os quais se assentam a eficácia escolar.
O conceito de autonomia da escola está relacionado com
tendências mundiais de globalização e mudança de paradigma que
têm repercussões significativas nas concepções de gestão educacional
e nas ações dela decorrentes. Descentralização do poder, democratiza
ção do ensino, instituição de parcerias, flexibilização de experi
ências, mobilização social pela educação, sistema de cooperativas,
interdisciplinaridade na solução de problemas são estes alguns
dos conceitos relacionados com essa mudança. Entende-se, nesse
conjunto de concepções, como fundamental, a mobilização de
massa crítica para se promover a transformação e sedimentação
de novos referenciais de gestão educacional para que a escola e
os sistemas educacionais atendam às novas necessidades de forma
ção social a que a escola deve responder, conforme anteriormente
apontado.
A autonomia não se resume, portanto, à questão financeira,
nem é mais significativa nessa dimensão, e sim na pol
ítica, isto é, no que se refere à capacidade de tomar decisões
compartilhadas e comprometidas e usar o talento e a competência
coletivamente organizada e articulada, para a resolução dos problemas
e desafios educacionais, assumindo a responsabilidade pelos
resultados dessas ações, vale dizer, apropriando-se de seu significado
e de sua autoria. Portanto, a descentralização é um meio e
não um fim, na construção da autonomia, assim como esta é, tamb
ém, um meio para a formação democrática dos alunos.
Dimensões da autonomia
A autonomia tem várias dimensões, podendo-se evidenciar,
de modo especial, a financeira, a política, a administrativa
e a pedagógica. Trata-se de quatro eixos que devem ser desenvolvidos
concomitantemente, de modo interdependente e a se reforçarem
reciprocamente. Essa autonomia se constrói com autoridade,
isto é, com o sentido de autoria competente. Trata-se de uma auto-
ridade intelectual (conceitual e técnica), política (capacidade de
repartir poder), social (capacidade de liderar) e técnica (capacidade
de produzir resultados e monitorá-los). Assim como uma cadeira
de quatro pernas, sem um delas perderia sua função, do mesmo
modo, a falta de equilíbrio no desenvolvimento desses quatro eixos
desarticularia o desenvolvimento da autonomia da escola, prejudicando
a realização de sua função.
A gestão democrática implica a participação de todos
os segmentos da unidade escolar, a elaboração e execução
do plano de desenvolvimento da escola, de forma articulada, para
realizar uma proposta educacional compatível com as amplas0
necessidades sociais.
A formação de gestores escolares
O trabalho de gestão escolar exige, pois, o exercício de
múltiplas competências específicas e dos mais variados matizes. O
artigo de Castro, neste Em Aberto, que relata uma pesquisa em sistemas
municipais de ensino, apresenta, de maneira viva e contundente,
as demandas diversas de competência a ser apresentada pelo
diretor. A sua diversidade é um desafio para os gestores, cabendo
também aos sistemas, organizar experiências capazes de orientá-
los nesse processo.
Por uma proposta aberta de capacitação
do gestor e sua equipe
É para corrigir tais situações que o programa de
capacitação de gestores, que está sendo proposto pelo Consed, descrito
neste Em Aberto por Machado, propõe a realização de
capacitação da equipe de gestão da escola, incluindo, quando existir,
o vice-diretor, o secretário da escola, o supervisor educacional,
o orientador educacional, o coordenador de área e professores líderes.
Igualmente, essa proposta é centrada na metodologia da
problematização, que adota como foco as situações naturais e concretas
de trabalho de gestão da escola.

3 comentários:

  1. Oi Maria Tereza!
    Não sou do mesmo Pólo que vc, mas me interessei pelo blog!
    Sou do Pólo de Volta Redonda e estou no 3º periodo. Creio que este contato poderá enriquecer à ambas!

    Tenho um blog tb, é pessoal, nada de cederj...rsrsrs.. porém sigo uns blogs de pedagogia bem interessantes. Só dar uma olhada na minha lista de blogs.

    Espero ser aceita aki!!
    E aguardo sua visita no meu blog!

    BjOs da Eve*-*
    http://evesimplesassim.blogspot.com/

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  2. Olá, espero que possamos nos auxiliar, se voce tiver algumas anotações, poderemos compartilhar.
    um grande abraço.

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  3. Estou amando este blog.
    Patabéns, amiga de curso.

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