segunda-feira, 19 de abril de 2010

RESUMO DE SOCIOLOGIA

Resumo Sociologia
Aula 1 – Poder e saber
• Refletir sobre as relações entre saber e poder.
• Refletir sobre a historicidade das relações entre saber e poder.
• Refletir sobre as concepções foucaultianas de saber e poder.
todo discurso, presente nas formas de saber-poder, está marcado por relações de força (poder), e a verdade (presente no pólo ‘saber’) acha-se profundamente assinalada por essas relações.
Foucault parte da hipótese de que “em toda sociedade a produção do discurso é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e redistribuída por certo número de procedimentos que têm por função conjurar seus poderes e perigos, dominar seu acontecimento aleatório...” (FOUCAULT, 2002, p. 9).
procedimentos apresentados por Foucault:
a) interdição: aquilo que pode ou não ser dito a qualquer momento. Assim, não podemos falar tudo, a qualquer momento, em qualquer circunstância.
b) separação entre loucura e razão: a separação entre a pala­vra válida daqueles que não são loucos e a palavra não-válida. b) separação entre loucura e razão: a separação entre a pala­vra válida daqueles que não são loucos e a palavra não-válida.
oposição entre o verdadeiro e o falso: as sociedades, em situações históricas diferentes, estabelecem a separação entre a Verdade e a Falsidade.
d) disciplinas: uma disciplina é definida por um domínio de objetos, pelo conjunto de métodos, de proposições consi­deradas verdadeiras, de definições, de técnicas e por um aparato instrumental.
e) sociedades de discursos: cabem a estas sociedades produzir ou conservar os discursos, fazê-los circular em espaço restrito, distribuí-los segundo regras estritas. Para este autor, vivemos hoje numa ‘sociedade de discurso’ mais difusa, mas igualmente coercitiva.
f) doutrinas: se em uma sociedade do discurso o número de falantes é limitado e somente entre eles o discurso circula, a doutrina tende à difusão. O pertencimento a uma doutrina é dado pela aceitação de regras e pelo reconhecimento das mesmas verdades, que associam os indivíduos a certas enunciações e lhes proíbem outras.
• É uma ilusão considerar o sujeito fonte exclusiva de seu discurso (seus enunciados), pois em verdade ele está empregando significados preexistentes já dados em uma formação discursiva. Isto se deve ao fato de nascermos numa formação discursiva, que implica, por sua vez, uma certa constituição de mundo (ou realidade). Assim, quando falamos/percebemos/pensamos/conhecemos/agimos, esta­mos utilizando o instrumental teórico–prático presente na nossa sociedade.
• A aparente ‘neutralidade’ dos significados das palavras vem de sua institucionalização e do trabalho da ideologia.
• As instituições acabam por regular as interpretações, dispondo sobre o quê, como, quem interpreta e em quais condições. Assim, o sujeito (cada um de nós) é constituído/interpelado pelas redes de interpretação.
• A forma de interpretação é historicamente modalizada pela formação discursiva em que se dá, e a interpretação é a relação entre os sujeitos e os significados. Portanto, há relação necessária entre o nosso dizer e as condições históricas de produção desse dizer, pois para que nossas palavras façam sentido é necessário que elas tenham algum sentido. Tal sentido é estabelecido pela formação discursiva que determina o que pode ser dito ou não a partir de um lugar historicamente situado em um dado contexto.
Foucault definiu o poder como relação de forças. Poder é poder de afetar algo e que, por isso, atravessa os saberes. Nesta inovadora forma de conceber o poder, este passou a ser compreendido como relacional, imanente (intrínseco) ao espaço social e difuso (não parte somente de um ponto central).
No tecido social, pois, podemos detectar uma imensa rede de relações saber-poder. Nela temos, por um lado, as verdades estabelecidas que agem como axiomas reguladores de nossos comportamentos, de nosso modo de ver e entender o mundo, assim como de nos ver nele; por outro, um poder que não está ‘localizado’ numa entidade, numa pessoa ou numa instituição, ou na forma jurídica da lei, mas que está imbricado nas relações sociais e que são expressos pelos saberes.
Resumo geral
• A produção dos discursos obedece a certos procedimentos que controlam os enunciados, legitimando uns e outros não.
• Via de regra, quando o sujeito fala, não se dá conta dos mecanismos de assujeitamento aos quais está submetido. Ele não percebe que emite enunciados pré-construídos e toma por suas as significações validadas pelo regime de verdade.
• Os saberes e o pensamento em suas relações com a verdade têm uma história. Quando a verdade em cada época é problematizada, isto é, o modo como as pessoas entendem o que verdadeiramente é real, de fato estamos problematizando os conhecimentos que dizem o que as coisas são e também o ‘peso’ (o poder) que tais conhecimentos têm na sociedade.
• Por meio do que se fala (e do que não se pode falar), nós entendemos como os saberes se constituem e como um regime de verdade é estabelecido pela sociedade de modo a responder a uma urgência histórica.
• Todo regime de verdade tem poder de coerção e de coesão; nele temos os saberes/discursos e práticas produzidas e validadas como verdadeiras por cada sociedade.
• Os saberes são considerados peças de relações de poder que podem perpetuar/modificar o poder.
• O poder, por sua vez, é visto como um instrumento que consegue explicar o nascimento/permanência/morte dos saberes.
• O poder está materializado em discursos, técnicas, práticas, instituições, formas de disciplinarização. Por isso, ele se estende pela teia social.
• Os discursos atingem a vida dos homens/mulheres promovendo hábitos alimentares, tabus, normas, ritmos de trabalho, isto é, promovendo valores.
• Esses discursos/conhecimentos/ciência acham-se intimamente associados aos elementos não-discursivos (instituições, prédios/formas arquitetônicas, por exemplo). Daí Foucault não dissociar, em sua análise, o regime de verdade ‘pura’ (discursos/conhecimentos/ciência) das relações de poder sustentadoras das instituições, da sociedade, do Estado.
• Aquilo que somos, em cada período histórico e em cada cultura, é moldado na dependência dos regimes de verdade, das relações de poder e das formas de individualização.
• Quando consideramos a associação saber-poder, passamos a atentar para as relações entre as diferentes formas de saber e os poderes que as formas de saber implicam. Por sua vez, as configurações de saber estão inscritas no jogo do poder.
Aula 2: Saber e sabedoria
• Compreender a distinção entre saber e sabedoria, estabelecendo as relações e inter-relações entre essas duas noções.
• Identificar os diferentes saberes que os alunos trazem, valorizando-os como conhecimentos importantes no processo ensino-aprendizagem.
• Refletir, no cotidiano da prática docente, sobre a importância do saber e da sabedoria como elementos necessários ao processo ensino-aprendizagem.
saber científico, um tipo de saber que trata predomi­nantemente das coisas objetivas, trabalhadas de forma sistematizada, utilizando procedimentos e métodos.
Preocupados com saberes, acabamos por perder de vista a Sabe­doria, que também costuma ser denominada “sapiência”.
Uma educação que valoriza os saberes e a sabedoria permitirá ao aluno sentir-se como sujeito importante do processo, na medida em que tanto a cultura científica – os saberes – como a cultura das humanidades – a sabedoria – podem ser mobilizadas.
Dada a sua complexidade, a questão dos saberes tem sido objeto inclusive de classificações. Scheler, por exemplo, fala de: “saber técnico”, aquele que é motivado pela necessidade; “saber culto”, suscitado pela curiosidade; e “saber de salvação”, um tipo de saber que tem vinculação com a motivação religiosa.
Desde a Grécia Antiga havia uma preocupação em distinguir saber de sabedoria. Esta última já era considerada uma espécie de inteligência prática, uma arte capaz de permitir o discernimento e a habilidade neces­sários para agir e resolver problemas, uma forma de pensamento ou de ação vinculada à capacidade de julgar. Nesse sentido, sabedoria vincula-se menos a uma capacidade de saber das coisas do mundo, e de buscar uma “verdade” científica, do que se relaciona com a capacidade de agir com prudência, moderação, utilizando a experiência e a maturidade.
Como professores, além da missão de ajudar os alunos a adquirir saberes, é necessário termos sensibilidade para levá-los a adquirir sabedoria.

3 comentários:

  1. Estou precisando da aula 10,11,12,13,14,15 resumo de sociologia

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  2. Estou precisando dos resumos das aulas 11 à 15 de sociologia

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  3. por favor, estou precisando do resumo de politicas publicas e filosofia.Vc poderia me ajudar?Obrigada

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