quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

RESUMO CURRÍCULO

RESUMO CURRÍCULO

Texto de...
ILVA, Tomaz Tadeu da. Diferença e identidade: o currículo multiculturalista. In: ______. Documentos de identidade: uma introdução ás teorias do currículo. 2. ed. Belo Horizonte: Autentica, 2007. p. 85-90.

Diferença e identidade: o currículo multiculturalista.

·         Multiculturalismo e um movimento legítimo de reivindicação dos grupos culturais dominados no interior daqueles paises dominantes para terem suas formas culturais reconhecidas e representadas na cultura nacional.
·         Compreensão antropológica: devesse tolerar e respeitar a diferença porque sob a aparente diferença ha uma mesma humanidade.
·         São as relações de poder que fazem côn que a “diferença” adquira um sinal, que o “diferente” seja avaliado negativamente relativamente ao “não-diferente”.
·         Nos Estados Unidos, o multiculturalismo originou-se exatamente como una questão educacional ou curricular.
·         A perspectiva liberal ou humanista enfatiza um currículo multiculturalista baseado nas idéias de tolerância.
·         Da perspectiva mais crítica, focaliza se nas relações de poder, e a tolerância é colocada permanentemente em questão.
·         No haverá “justiça curricular” se o cânon curricular no for modificado para refletir as formas pelas quais a diferença e produzida por relações sociais de assimetria.


As relações de gênero e a pedagogia feminista.

·         O termo “gênero” refere-se aos aspectos socialmente construídos do processo de identificação sexual.
·         O currículo produz relações de gênero.
·         O feminismo vinha mostrando que as linhas do poder da sociedade estão estruturadas não apenas pelo capitalismo, mas também pelo patriarcado.
·         Há uma profunda desigualdade dividindo homens e mulheres, e estende-se a educação e ao currículo.
·         Há desigualdade do gênero com questões de acesso, sobretudo nos paises periféricos do capitalismo.
·         O mundo social está feito de acordo com os interesses e as formas masculinas de pensamento e conhecimento.
·         Não existe nada mais masculino que a própria ciência.
·         A pedagogia feminista tentava construir um ambiente de aprendizagem que facilite o desenvolvimento de uma solidariedade feminina.


O currículo como narrativa étnica e racial.

·         As teorias críticas focalizadas na dinâmica da raça e da etnia se concentram em questões de acesso a educação ao currículo.
·         A identidade étnica e racial está estreitamente ligada às relações de poder que opõem o homem branco europeu às populações dos países por ele colonizados.
·         Raça – cor da pele.
·         Etnia – características mais culturais.
·         O texto curricular está recheado de narrativas nacionais, étnicas y raciais, e conserva as marcas da herança colonial.
·         A questão torna-se então: como desconstruir o texto racial do currículo.
·         Um curriculo multiculturalista desse tipo deixaria de ser folclórico para se tornar profundamente político.
·         Um currículo crítico deverá centrar-se na discussão das causas institucionais, históricas e discursivas do racismo.
·         A questão do racismo não pode ser analisada sem o conceito de representação, depende de relações de poder.


Uma coisa “estranha” no currículo: a teoria queer.

·         A teoria queer surge, em países como Estados Unidos e Inglaterra, como uma espécie de unificação dos estudos gays y lésbicos.
·         Queer – “estranho”.
·         Através da “estranheza” quer-se perturbar a tranqüilidade da “normalidade”.
·         O conceito de gênero foi criado para enfatizar o fato de que as identidades masculina e feminina são historicamente e socialmente produzidas.
·         A teoria queer começa por problematizar a identidade sexual considerada normal, ou seja, a heterossexualidade.
·         A identidade é sempre una relação: o que eu sou só se define pelo que não sou.
·         A homossexualidade torna-se como um desvio da sexualidade dominante, hegemônica, normal, isto é, a heterossexualidade.
·         A teoria queer quer nos fazer pensar o impensável, o que é proibido pensar, questionar todas as formas bem-comportadas de conhecimento e de identidade.
·         Estimula que a questão da sexualidade seja seriamente tratada no currículo como uma questão legítima de conhecimento e de identidade.


O fim das metanarrativas: o pós-modernismo.

·         É um conjunto variado de perspectivas, abrangendo uma diversidade de campos intelectuais, políticos, estéticos, epistemológicos.
·         A educação tal como a conhecemos hoje é a instituição moderna por excelência, o questionamento pós-modernista constitui um ataque à própria idéia de educação.
·         A teorização crítica da educação e do currículo segue os da grande narrativa da modernidade, o pós-modernismo constitui uma radicalização dos questionamentos lançados às formas dominantes de conhecimento pela pedagogia crítica.
·         Para o pós-modernismo, o progresso não é algo necessariamente desejável ou benigno.
·         O pós-modernismo, inspirado no pós-estruturalismo, o sujeito não é o centro da ação social.  Ele não pensa, fala e produze: ele é pensado, falado e produzido.
·         O pós-modernismo não rejeita simplesmente aquilo que critica: ele, ambígua e ironicamente, imita, incorpora, inclui.  Não apenas tolera, mas privilegia a mistura, o hibridismo e a mestiçagem – de culturas, de estilos, de modos de vida.  Inclina-se para a incerteza e a dúvida.


A crítica pós-estruturalista do currículo.

·         O pós-estruturalismo é freqüentemente confundido com o pós-modernismo.  Embora partilhem certos elementos, o pós-modernismo define-se relativamente a uma mudança de época, o pós-estruturalismo limita-se a teorizar sobre a linguagem e o processo de significação.
·         Para o estruturalismo a língua é a estrutura, a fala é a utilização concreta, pelos falantes de uma língua particular, desse conjunto limitado de regras.
·         O pós-estruturalismo partilha com o estruturalismo a mesma ênfase na linguagem como um sistema de significação.
·         O processo de significação continua centra, mas a fixidez do significado que é, de certa forma, suposta no estruturalismo, se transforma, no pós-estruturalismo, em fluidez, indeterminação e incerteza.
·         Foucault: não existe saber que não seja a expressão de uma vontade de poder.  Ao mesmo tempo, não existe poder que não se utilize do saber.
·         Como campos de significação, o conhecimento e o currículo são caracterizados também por sua indeterminação e por sua conexão como relações de poder.
·         Uma perspectiva pós-estruturalista sobre o currículo questionaria os “significados transcendentais”, ligados a religião, a pátria, a ciência, que povoam o currículo.  Buscaria perguntar: onde, quando, por quem foram eles inventados.


Uma teoria pós-colonialista do currículo.

·         O mundo contemporâneo, globalizado, só pode ser adequadamente compreendido se consideramos todas as conseqüências da chamada “aventura colonial européia” desde o século XV.
·         A análise pós-colonial busca examinar tanto as obras literárias escritas do ponto de vista dominante, quanto àquelas escritas por pessoas pertencentes às nações dominadas.
·         A teoria pós-colonial é um importante elemento no questionamento e na crítica dos currículos centrados no chamado “cânon ocidental”.
·         A análise pós-colonial se junta às análises pós-moderna e pós-estruturalista, para questionar as relações de poder e as formas de conhecimento que colocaram a sujeito imperial europeu na sua posição atual de privilégio.
·         O conceito de “representação” ocupa um lugar central na teorização pós-colonial (aquelas formas de inscrição através das quais o Outro é representado).
·         Foi através da representação que o Ocidente construiu um “outro” como supostamente irracional, inferior e como possuído por uma sexualidade selvagem e irreferida.  Era através da dimensão pedagógica e cultural que o conhecimento se ligava ao complexo das relações coloniais de poder.
·         A crítica pós-colonial permite focalizar tanto processos de dominação cultural quanto processos de resistência cultural, bem como sua interação.  O híbrido carrega as marcas do poder, mas também as marcas da resistência.
·         As formas culturais que estão no centro da sociedade de consumo contemporânea espessam novas formas de imperialismo cultural?.
·         Uma perspectiva pós-colonial exige um currículo multicultural que não separe questões de conhecimento, cultura e estética de questões de poder, política e interpretação.


Os Estudos Culturais e o currículo.

·         O campo de teorização conhecido como Estudos Culturais tem sua origem na fundação, em 1964, do Centro de Estudos Culturais Contemporâneos, na Inglaterra.
·         Os esforços iniciais do Centro concentraram-se no estudo de formas culturais urbanas, sobretudo das chamadas “subculturas”.
·         Os Estudos Culturais concebem a cultura como campo de luta em torno da significação social.  A cultura é um jogo de poder.
·         Os Estudos Culturais estão preocupados com questões que se situam na conexão entre cultura, significação, identidade e poder.
·         Nessa perspectiva, a “instituição” do currículo é uma invenção social como qualquer outra, o “conteúdo” do currículo é uma construção social.
·         Não há uma separação rígida entre o conhecimento tradicionalmente considerado como escolar e o conhecimento cotidiano das pessoas envolvidas no currículo, ambos buscam influenciar e modificar as pessoas, estão ambos envolvidos em complexas relações de poder.


A pedagogia como cultura, a cultura como pedagogia.

·         Todo conhecimento, na medida em que se constitui num sistema de significação, é cultural.
·         Tal como a educação, as outras instancias culturais também são pedagógicas, também ensinam alguma coisa.  O cultural torna-se pedagógico e a pedagogia torna-se cultural.
·         Aprende-se vendo, por exemple, um noticiário ou uma peça de publicidade de na televisão.  Do ponto de vista pedagógico e cultural, não se trata simplesmente de informação ou entretenimento: trata-se de formas de conhecimento que influenciarão o comportamento das pessoas de maneiras cruciais e até vitais.
·         O currículo e a pedagogia dessas formas culturais mais amplas diferem, entretanto, da pedagogia e do currículo escolares, num aspecto importante, pelos imensos recursos econômicos e tecnológicos que mobilizam, elas se apresentam de uma forma sedutora e irresistível.
·         Henry Giroux tem se voltado para a análise da pedagogia da mídia (filmes produzidos pela Disney).
·         Joe Kincheloe analisa as peças publicitárias da McDonald’s e Shirley Steinberg os valores morais e sociais da boneca Barbie.
·         As pedagogias culturais tem sido exploradas pelas próprias indústrias culturais.
·         A teoria curricular crítica vê tanto a indústria cultural quanto o currículo propriamente escolar como artefatos culturais, no contexto de relações de poder.


Currículo: uma questão de saber, poder e identidade.

·         Embora seja evidente que somos cada vez mais governados por mecanismos sutis de poder tais como os analisados por Foucault, é também evidente que continuamos sendo governados por relações e estruturas de poder baseadas na propriedade de recursos econômicos e culturais.
·         Depois das teorias críticas y pós-críticas do currículo torna-se impossível pensar o currículo simplesmente através de conceitos técnicos como os de ensino e eficiência ou de categorias psicológicas como as de aprendizagem.
·         Nas teorias pós-críticas o conhecimento não é exterior ao poder, não se opõe ao poder, é parte inerente do poder.

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