quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Resumo de Literatura AP2

Resumo de Literatura AP2

LITERATURA NA FORMAÇÃO DO LEITOR. V. 2/ CLAUDIA CAPELLO ET AL. - RIO DE JANEIRO: FUNDAÇÃO CECIERJ, 2007.

Aula 14 – Elementos da narrativa – parte 2
No universo da literatura infantil, três escritores abriram novos caminhos mudando a produção literária infanto-juvenil. Monteiro Lobato é considerado o principal autor de literatura infantil brasileiro, pois foi o primeiro a escrever livros de literatura para as crianças. Lobato realizou-se como escritor, renovando a arte da narrativa com sua visão crítica sobre o homem e a terra brasileira, e sua grande capacidade de promover a fusão entre o mundo real e o maravilhoso, como por exemplo, Jeca Tatu e da Turma do Sítio do Picapau Amarelo.
Os elementos que compõem o gênero narrativo, como o enredo, a caracterização e a presença de personagens, a ambiência no tempo e no espaço que, conjugados, permitem ao leitor representar o mundo real a partir das ações humanas e misturá-las ao maravilhoso.
Ruth Rocha, escritora por dom e desejo de deixar suas marcas por meio da forma lúdica, bem-humorada, contestadora e irreverente de produzir suas obras. Ela estreou na literatura infantil na década de 1970 com o livro       “Palavras, muitas palavras”, e de “Lá para cá”.
Ana Maria Machado inaugura com escritora da literatura infantil em 1977. Ela e Ruth Rocha lançam a modernidade do gênero narrativo infantil ao se apropriarem da linguagem simbólica para expressar, denunciar e criticar o que se passa no mundo real. As autoras oferecem ao seu leitor a oportunidade de refletir sobre problemas que fazem parte de seu cotidiano, conhecer outros pontos de vista a vida e, dessa forma, construir ou modificar o seu.
Essas obras procuram estimular a consciência crítica do leitor, o desenvolvimento da sua criatividade latente, a mobilização de sua capacidade de reflexão e de observação em relação ao mundo que o rodeia, oferecendo-lhe subsídios para atuar e transformar sua realidade. A contemporaneidade de uma literatura infanto-juvenil e do gênero narrativo pode ser identificada a partir das seguintes características: Se inicia mostrando o motivo ou as circunstâncias; é linear, ela pode por vezes, entremear experiências do passado com as do presente, a conclusão da história tende mais a problematizar do que a oferecer soluções e desfechos fechados; os personagens podem ser representados de maneira satírica; o conto tende a prevalecer para a faixa infanto juvenil, já o romance e a novela multiplicam-se para o público juvenil; o narrador revela cada vez mais atento em relação à presença do leitor; o tempo e o espaço são variáveis, a linguagem visual é muito utilizada como recurso na confecção das narrativas literárias.
Práticas literárias desenvolvidas nas escolas ainda continuam bem tradicionais, presas ao ensino da sintaxe ou dos elementos presentes nessas obras desconhecendo a importância de uma iniciação literária mais viva, crítica e criativa. As atividades lúdicas nas quais os alunos são estimulados a realizar as mesmas ações dos personagens, ou seja, nomear os objetos da sala de aula de acordo com a sua semelhança física, inventando um modo comunicação diferente da convencional.
Aula 15 – Elementos da poesia – Parte 1
As idéias transmitidas pelos poetas são bastante instigantes e diferentes porque trazem conceitos que nos falam à imaginação. Figura de linguagem: forma de expressão que consiste no emprego de palavras em sentido figurado, ou seja, em um sentido diferente daquele em que geralmente são empregadas.
A narrativa estruturada com base em diversos tipos de personagens e de narradores, na poesia, estamos quase sempre diante de uma única personagem – o poeta – que vê o mundo, as pessoas e a si própria, num esforço de exprimir-se. No romance, temos um narrador, contando as dificuldades enfrentadas pela família, e a ação das personagens descritas. Já no poema “Cabloco Roceiro”, que trata do mesmo assunto, constatamos, no lugar do narrador e das personagens, a presença de um eu poético, que canta a dor do cabloco e se põe a chorar. Chamamos de eu lírico ou eu poético essa voz inventada pelo poeta, para expressar o que ele sentem pensa, ou imagina, adotando diferentes pontos de vista. A poesia também se caracteriza por intermédio de muitos outros recursos expressivos: figuras de linguagem, imagens, musicalidade e ritmo. Assim, o seu veículo é a ambiguidade das palavras, a linguagem conotativa e a função poética, por trabalhar criativamente com os signos. Podemos definir poesia, também, como modalidade literária que exprime estados e não acontecimentos.
Aula 16 – Elementos da poesia – Parte 2
Os elementos expressivos da poesia: ritmo e a rima. Este ritmo é criado pelo poeta pela alternância de sílabas acentuadas e não acentuadas. A rima pode aparecer no final do verso – rima externa ou mesmo no interior dos versos: rima interna. Chamamos as rimas externas de interpoladas, poderíamos encontrar também as rimas alternadas ou mesmo as emparelhadas.
Elemento singularizante da poesia: a métrica. De acordo com o número de sílabas poéticas, os versos são denominados monossílabo, dissílabo, trissílabo, redondilha menor ou pentassílabo, redondilha maior ou heptassílabo, decassílabo ou alexandrino. A sílaba poética é contada pela emissão sonora, não coincidindo com a sílaba gramatical.
Diferentes tipos de poemas e a formação do ser poético: Fluidez simbólica e lúdica objetivam tornar nossos alunos seres poéticos. Para atingirmos esse objetivo, é importante fazer a seguinte pergunta: que enfoque didático-pedagógico deverá nortear o trabalho com a poesia no contexto escolar? Temos como propósito despertar em nossos alunos o ser poético, ou seja, por meio do contato com a poesia, estimular sua capacidade de recepção e de expressão em relação a esta modalidade literária. A poesia não deve submeter-se a necessidades didáticas e utilitaristas, visando a cobrança de conteúdos programáticos relacionados à sua estrutura, à gramática normativa ou mesmo a interpretações orais ou escritas que se preocupam com a superficialidade do texto. Os poemas podem ser percebidos através do  som ( ritmo/musicalidade) e visual (poemas concretos). Existem poemas que precisam ser captados pelo olhar. São textos poéticos em que as palavras geram desenhos, lacunas e uma disposição gráfico-visual que revelam sentidos e movimentos visuais, plásticos e sonoros, são assim, denominados poemas concretos.
Denomina-se poemas de sempre os textos folclóricos representados pelas cantigas de roda, parlendas e versos de domínio popular.
Aula 17 – Elementos do drama
Se no gênero narrativo podemos reconhecer subgêneros como o conto, o romance ou a novela, no gênero lírico, os sonetos fazem esse papel. As peças teatrais com essa carga emocional, em que conflitos e tensões chegam a limites existenciais como a morte, por exemplo, denominados tragédias.
 “Anfitrião”, textos teatrais, em que as artimanhas são constantes, em que o riso suplanta as situações de conflito, ou melhor, em que essas situações conflituosas terminam em situações mais distensas, denominamos comédias.
“Quando as máquinas param”, denominamos drama a esse subgênero dramático, em que as ações são tensas, conflituosas, mas não chegam a situações-limite, a questões existenciais sem retorno, como acontece com a tragédia, por exemplo.
O gênero narrativo defini-se por representar o mundo objetivado em ações humanas, acontecendo em tempo e espaço definidos. Em relação ao gênero dramático, temos uma representação, mas com a finalidade concreta de representação por meio de uma encenação. No gênero dramático, as situações são apresentadas em seus momentos de crise. As ações humanas encenadas são as mais tensas possíveis. O tempo ramanesco e o tempo dramático são muito diversos. O primeiro é um tempo longo, arrastado, tempo de gestação, de metamorfose e de degradação dos caracteres, dos sonhos e dos ideiais do homem; o segundo é um tempo curto, condensado, tempo de conflito e da luta inevitável.
Aula 18 – aula síntese.
Aula 19 – Tradição ocidental da literatura infanto-juvenil: Um pouco de história
A preocupação com a criação de classes, na escola, divididas por faixa etária, facilitou a inserção da criança em um contexto social onde ela era o centro das atenções, num movimento analógico ao contexto familiar, que, cada vez mais, buscava ter com os pequenos uma atenção especial. Nelly quando afirma que o ato de ler se transforma em um ato de aprendizagem, já que o texto infantil é utilizado com um veículo de comunicação entre o adulto – na figura do autor – e a criança – o leitor.
A literatura dirigida a crianças e jovens sofreu alterações em relação aos textos primordiais aos quais a autora se reporta para localizar o princípio da literatura popular – que são os contos populares de tradição oral – com a qual identifica a literatura infanto-juvenil. Como exemplos temos; Vinte mil léguas submarinas, Pinóquio e coração.
A destinação a um público de jovens e crianças não deve criar a equivocada convicção de que esse textos devam perder seu valor literário a partir do empobrecimento dos elementos que assim o caracterizam.
Aula 20 – Texto literário infanto-juvenil: sempre uma lição a ensinar?
Lobato demonstra, além da já citada preocupação com a qualidade de leitura que se impinge à criança, uma atualíssima consciência crítica da finalidade pedagógica a que se destinam os livros inantis na escola. Cecília Meireles publica Problemas da literatura infantil, livro em que procura traçar um panorama da evolução da literatura e, em literatura para crianças: existe uma literatura infanto-juvenil? Cecília conclui que a literatura infanto-juvenil, apesar de tão jovem, está em crise, e procura esclarecer como fazer um bom livro infantil.
Nos primeiros anos do século XX, qualque obra que não tivesse cunho pedagógico sofria rejeição por parte dos que propunham a trabalhar com o texto infantil. Regina Zilberman conclui que a literatura infanto-juvenil está submetida a duas visões: a do adulto, que vislumbra de imediato seu caráter pedagógico ao perceber nela a possibilidade da dominação da criança e da transmissão de valores que garantam sua formação moral; a da criança, que encontra na literatura as possibilidades múltiplas que ela oferece, criando o acesso a vivências circunscritas ao âmbito da ficção e também desenvolvendo mecanismos para a aquisição de estruturas linguísticas.
Zilberman afirma que a fantasia que marca o texto infantil é também marca dos textos que se configuram como a origem da própria literatura. Basta lembrar que ela nasce do mito, do conto popular, que, assim como o conto de fadas, lida com personagens que não pertencem necessariamente ao mundo cotidiano. A autora estaria  deixando clara a utilização que a pedagogia faz do texto infantil: pautando-se no embate entre o bem e mal, que sintetiza o maniqueísmo presente em grande parte da literatura infanto-juvenil, ela investe nos ensinamentos possibilitados pelo texto.
Lígia ratifica a questão da leitura monolítica a que se tem submetido o texto infantil, desprezando-se as múltiplas possibilidades que ele, como literatura, oferece, e tratando-se a língua como se fosse uma estrutura plana, sem plurissignifigações nem ambiguidades.
Para concluir, é reconfortante saber que temos a prerrogativa de tornar o texto literário infanto-juvenil um instrumento prazeroso na formação de nosso leitores, lembrando, inclusive, que a aquisição de estruturas linguísticas complexas é um dos efeitos colaterais de um trabalho efetivo de leitura.
Aula 21 – As fábulas
As fábulas tem sua origem na antiguidade clássica, como já dissemos. Entretanto, na Idade Média, observou-se um ressusgimento desses textos, especificamente nos anos terminais, em meio a uma forte crise religiosa. A fábula apresenta o enredo, que é o próprio exemplo; a segunda, na forma de um aforisma ou provérbio, sintetiza o ensinamento contido na primeira e se converte na moral da história. Esse ensinamento contido na primeira e se converte na moral da história. Esse ensinamento vincula-se  a um ideal de comportamento que decorre do julgamento ético operado pela narrativa. Assim, pode-se pensar na fábula como um discurso do qual se retira sempre uma lição, o que explica o termo “literatura exemplar”. Essa estratégia leva à percepção de que o objetivo é ensinar, incutir soluções e padrões de comportamento que já vem prontos em sua narrativa.
Fábulas de Esopo: A Raposa e as uvas; A lebre e a tartaruga; um cachorro e sua sombra.
Aula 21 – Os contos de fadas e os contos maravilhosos
Uma informação interessante a respeito das narrativas maravilhosas é, justamente, a constatação de duas fontes diferentes de origem. De um lado temos a tradição celta, em que a religiosidade e os valores espirituais ganham destaque. De outro, temos a cultura oriental, bem diferente da primeira, em que a ênfase recai sobre o desejo de auto – realização do herói. Nos contos maravilhosos, o desejo de auto-realização do herói é o eixo central da narrativa, que transcorre sempre em ambientes mágicos, contudo, sem a presença de fadas.
Há procedimentos que especificam o conto de fadas: a temporalidade; a indeterminação espacial; obstáculos para alcançar o objetivo e valores do espírito humano. Os príncipes e as princesas do conto de fadas são belos e bondosos. Enfrentam uma série de obstáculos para alcançar objetivos. Esse confronto reforça o caráter maniqueísta desses textos: o bem, representado pelo herói, combate o mal, representado pelos obstáculos.
Exemplos de histórias de nossa infância: A princesa e a ervilha, Branca de neve e os sete anões. Consequência da presença do maravilhoso nos textos, o que contribui de forma definitiva para a formação emocional do pequeno leitor, já que, nos contos de fadas, sensações positivas e negativas são despertadas a partir do eterno embate entre o bem e o mal.
Aula 23 – O conto de fadas moderno
A fábula moderna mantém a estrutura da fábula clássica, com o cuidado de adaptar-see ao interesse infantil. O mesmo se pode observar em relação ao conto infantil, que se convencionou chamar de conto de fadas. Essas narrativas – os contos de fadas -  trazem a marca das forças antagônicas, já que o bem e o mal se enfrentam e se presentificam com valores de formação da mentalidade infantil.
O antigo e o novo na estrutura dos contos de fadas: os vícios e as virtudes, presentes no inevitável embate entre o bem e o mal, aparecem nesses textos antigos e continuam presentes nos textos que hoje são lidos pelas crianças. Para Nelly, o tempo a-histórico é um reflexo da consciência mítica que caracteriza a humanidade, num esforço de reiterar vivências que, por se repetirem, pertencem a um tempo mítico, mágico e circular. Um terceiro elemento que denuncia a particularidade das narrativas infantis é a forma do conto, que se traduz, para Nelly, na intenção dos narradores de transmitir mensagens exemplares por meio de situações cotidianas, o que reforça a identificação que a autora defende entre literatura popular e literatura infanto-juvenil.
A permanência do conto de fadas do imaginário infantil – e do adulto: tal consideração levava em conta, sobretudo, a veemência dos acontecimentos diante das falhas de conduta, mas é a presença dos elementos fantásticos que desde logo incomoda o intuito pedagógico. O mesmo não ocorre com as fábulas, pois esta, segundo a visão da pedagogia, carregam consigo um realismo utilitário, caríssimo aos princípios do ensinamento.
Se antes o enfrentamento do sobrenatural, por exemplo, pressupunha uma grande hesitação tanto dos personagens quanto do leitor, ele agora leva o leitor contemporâneo a um outro tipo de  comportamento diante de determinados fenômenos, tendo em vista a evolução da ciência e da tecnologia, por exemplo. Marina Colosanti escreveu alguns contos dessa fada maravilhosa como: Em noites de lua cheia, sete anos e mais sete.
Harry Potter (conto de fadas moderno): os arquétipos típicos do conto de fadas são mantidos, e a luta do bem contra o mal continua a ser o tema central da narrativa. Apesar dessa identificação inegável com o conto de fadas tradicional, opera-se , aqui, a ruptura com o modelo de perfeição absoluta que caracteriza o herói daqueles textos. Se os príncipes e princesas que aprendemos a admirar nos contos de fadas tradicionais são exemplos da perfeição ética e estética, este não é, absolutamente, o caso de Harry Potter. Ele tem suas fraquezas, é fisicamente o oposto do que se espera de um herói, mas preserva os valores morais e lutas por eles.
A psique humana permanece em busca de estruturas que preencham suas lacunas. A persistência dos contos de fadas no repertório de leituras infantis não apenas reforça como atende a essa experiência do imaginário infantil.
Aula 24 – Literatura infanto-juvenil no Brasil 1 – O nosso percurso.
A “Era Pedagógica” – estudos psicológicos do desenvolvimento infantil e para o que nos interessa mais de perto: uma literatura para crianças. É importante lembrar que as bases dessa literatura, naquele momento histórico, tinham o objetivo de instruir e passar ensinamentos morais para a criança, tudo muito próprio de um modo de pensar da classe burguesa, que se estabelecia e educava uma criança considerada frágil, miniatura de adulto, sempre pensada como um ser de menor relevância.
Primórdios da literatura infanto-juvenil em solo brasileiro: quando a indústria livreira nacional voltada para o público infantil começava a engatinhar, nas primeiras décadas do século XX, dependia, consideravelmente, da instituição escola – pouco consolidada – e de um público alfabetizado bastante restrito para o consumo desta modalidade de literatura.
Lobato entre em cena: primeira grande mudança nesta história – Monteiro Lobato anuncia e introduz os indispensáveis ingredientes de ficcionalidade da prosa literária: enredo, personagens, idéias, utilizando a estratégia da verossimilhança, compondo uma espécie de paisagem que “fala” a imaginação.
Aula 25 – Literatura Infanto-juvenil no Brasil 2 – Nossos autores e seus textos incríveis
Monteiro Lobato inaugura um novo período: um primeiro elemento criado por ele, logo no primeiro capítulo é a figura de uma contadora de história, a personagem narradora Dona Benta. Esta vai estabelecer a mediação, uma espécie de ponte, entre a possível dificuldade de uma leitura clássica e o nível de compreensão dos meninos. Assim, o autor não precisou simplificar a leitura e, além disso, abriu espaço para que as crianças fizessem perguntas e interferissem, a todo momento, na interpretação da história. Por meio desses recursos, Lobato afasta-se cada vez mais das lições moralizantes, do didatismo, da idéia de que a avó, por ser mais velha, adulta, é a mais sábia. Também podemos pensar que, se a leitura literária tem o poder de criar laços de identidade entre os personagens e o leitor é bem possível que o leitor criança se imagine no lugar da personagem e passe também a questionar a realidade à sua volta.
Clarice Lispector – Além da vasta literatura para o público adulto, presenteou-nos com belas páginas para a infância e a juventude. Como “A mulher que matou os peixes”, uma história em que a narradora relembra a sua paixão por animais de estimação, cultivada durante toda a vida.
Ana Maria Machado – “Bisa Bia, Bisa Bel”, esta obra foi lançada na década de 1980, período em que a literatura infanto – junvenil há havia se afirmado, de um lado, em função de sua qualidade, de outro, em função do consumo crescente. É necessário enfatizar a complexidade da narrativa, pois esta não se propõe a explicar  com esquemas fáceis do tipo início, meio e fim. Além disso, distancia-se do léxico reduzido, das estruturas linguísticas artificiais e repetitivas, tão comuns nos livros infantis destinados à criança em processo de alfabetização. Ao contrário, sugere a continuidade daquela e de outras histórias, a experiência atravessando uma infinidade de gerações.
Ziraldo – “O menino maluquinho”  trata-se de uma história repleta de traquinagens de um menino que, ao alcançar a fase adulta, descobre ter sido apenas um menino feliz. Ziraldo teve grande expressão na área do humor e da caricatura.
Manoel de Barros – “O menino que carregava água na peneira” de 1999.
Prosa Poética: Personagens, enredo – os elementos clássicos que compõem uma narrativa. Contudo, os recursos estilísticos, próprios da poesia, oferecem algo diferente ao seu estilo de narrar: ora explorando o jogo com as palavras e brincando com seu vários sentidos, ora criando palavras novam como em “peraltagens”.
Importante: Os elementos singularizantes dessa produção – a criança elevada a uma condição de sujeito crítico e inteligente; narrativas complexas tanto em sua estrutura quanto no nível das idéias. Podemos concluir que os outros autores com os quais dialogamos revelaram um olhar ainda mais apurado em relação à noção de criança e às possibilidades de dialogar com a sua imaginação criadora por meio de vários recursos literários: Cecília Meireles (ludicidade); Clarice Lispector (temáticas contundentes); Ana Maria Machado (jogo de temporalidades); Ziraldo (humor e fantasia) e Manoel de Barros ( mistura de prosa e poesia).
Aula 26 – Aula síntese
Aula 27 – Habilidades, leitura e aplicação textual – parte 1
A educação assume o compromisso de promover a emancipação dos alunos-leitores, por meio da interação com a linguagem e da atribuição de sentidos em relação aos textos propostos. A conscientização a respeito dos aportes teórico – práticos que sustentem os processos de promoção da leitura e de formação de leitores que podem povoar o universo escolar é fundamental para a tomada de decisões coerentes sobre para quem, como e para que planejar a prática de leitura. Ezequiel Theodoro da Silva, o planejamento de práticas de leitura significativas deve pautar-se no desenvolvimento de unidades de leitura. Estas devem ser construídas a partir de uma organização articulada, coerente e coesa de textos e atividades que levem o aluno-leitor à compreensão aprofundada de temas e ao domínio de suas habilidades leitoras. Nesse sentido, são necessárias tomadas de decisão antes, durante e após o desenvolvimento das unidades de leitura relacionadas às perguntas “Por quê?”, “Para quem?”, “O quê?” e “Como?”, que irão nortear os múltiplos caminhos metodológicos a serem trilhados. De acordo com Ezequiel Theodoro da Silva, o planejamento de unidades de leitura necessita estar assentado em uma teoria de leitura crítica, traduzida por metodologias e atividades que estimulem a partilha e a produção de novos sentidos para os textos selecionados a partir de um tema proposto. Na teoria de leitura crítica proposta pelo autor, o encaminhamento da compreensão do aluno-leitor prevê três habilidades importantes para sua formação: a constatação (refere-se ao primeiro movimento de interpretação durante a leitura); O cortejo ou reflexão (o aluno-leitor passa a realizar um movimento intermediário, interagindo com pequenos grupos de colegas, a fim de partilhar os sentidos produzidos na primeira etapa de contato com o livro selecionado, nesse momento é importantes a troca de idéias, impressões e opiniões em relação ao texto); e o terceiro movimento seria a transformação (em grupos, os alunos-leitores produzirão outros sentidos para o tema apresentado, por meio de situações desafiadoras proposta pelo professor. A partir dessas situações, serão criadas outros textos vinculados às suas experiências de vida, ampliando as possibilidades de significação atribuídas ao texto inicial).
Aula 28 – Habilidades, leitura e aplicação textual – parte 2
Para que a unidade de leitura a ser proposta desperte nos alunos leitores a motivação, a criatividade, a imaginação e a produção de sentidos na interação com o texto literário, o tema selecionado deve ser relevante e instigante para eles. Tomando por base essas três habilidades e etapas apresentadas e o tema proposto, torna-se relevante planejar o projeto de unidade de leitura. Este deverá conter os objetivos, as atividades que serão desenvolvidas e as formas previstas de avaliação deste processo. Planejar o projeto de unidade de leitura, o qual deverá contemplar os objetivos das atividades, a seleção dos livros de literatura que serão utilizados, as atividades que serão desenvolvidas e as formas previstas de avaliação deste processo.
Aula 29 – Literatura, formação do leitor e escola: parte 1
Literatura, formação do leitor e algumas metodologias: 1. É fundamental que, no caso da leitura por parte do professor, você tenha lido algumas vezes e estudado a sua forma de elaboração (construção da narrativa, os elementos que a constituem, observando os elementos singularizantes que torna esses texto literário); 2. Embora você conheça e possa desenvolver com os alunos alguns desses conceitos, é desejável que, em algum momento, você faça uma leitura visando, apenas, os aspectos sensoriais do texto, enfatizando as pausa, as ênfases, os momentos de suspense, dentre outros aspectos que você considere importantes; 3. Uma outra forma de apropriação do texto literário é a leitura silenciosa, por parte das crianças; 4. Uma outra sugestão é a leitura compartilhada, em voz alta, por parte das crianças.
Atividades que fazem sentido para as crianças e para o professor: No caso de poemas, a leitura em voz alta é muito importante. Uma forma eficaz de percebermos o ritmo, as rimas, a ausência de rimas, as pausas, os elementos estilísticos fundamentais para compreendermos a sua composição formal. Adivinhas, trava-línguas, parlendas podem ser trabalhadas com jodo de palavras e as figuras de linguagem, próprias ao gênero poético, também podem ser  uma possibilidade de aguçar a percepção da criança para as inversões e os trocadilhos, bastante presentes no universo infantil. A atividade de pesquisa dos cadernos de classificados dos jornais, tal como sugerido no último exercício, pode ser bem interessante.
Aula 30 – Literatura, formação do leitor e escola: metodologias – parte 2
A realização de um projeto de leitura literária, com o enfoque teórico-metodológico adotado nesta aula, pressupõe conhecimento das histórias de leitura do grupo com o qual trabalhamos e a seleção de um acervo de livros e de autores representativos da literatura infanto-juvenil. Todo projeto, em especial o de leitura literária infanto-juvenil desenvolvido ao longo desta aula, requer momentos de planejamento e de avaliação, visando ao seu aperfeiçoamento.

2 comentários:

  1. Muito bom! Foi uma ajuda e tanto para entender esta matéria. Obrigado.

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  2. Muito bom! Foi uma ajuda e tanto para entender esta matéria. Obrigado.

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